𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍

CAPÍTULO 22

𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

A colheita estava fraca durante esse mês, o frio intenso da Virgínia torturava as sementes, que na qual não conseguiam germinar, então todos dependiam do que estava armazenado em suas casas, o que não estava ocorrendo na minha. Ansel se mantinha totalmente ocupado com a matilha, muitos passavam fome, então ele ajudava os mais necessitados de seu bando.

Preparo meu arco e flecha junto com algumas facas em minha cintura enquanto caminhava para fora de casa.

O movimento no vilarejo era quase zero, as poucas pessoas que apareciam estavam ocupadas tentando comprar o pouco alimento que restava nas bancas, péssima ideia, tudo estava tão caro.

— Amelie, espere por favor - me viro surpresa ao identificar a voz que me chamava.

— Esther? O que está fazendo aqui? - pergunto confusa.

— Preciso encontrar Ansel, tenho um assunto sério, é urgente, onde ele está? - a loura dizia desesperada.

— Ele está ocupado, me diga e lhe passo a resposta mais tarde - respondo enquanto cruzava os braços.

— É algo pessoal, preciso de ajuda rápido, se Mikael descobrir eu posso ser morta, e até mesmo Ansel também, me ajude por favor - Esther segura meu braço e reviro os olhos.

— Desculpe, não posso ajudar, já que é tão pessoal assim - me desvencilho da Mikaelson.

— Escute, sei que não gosta de mim, Amelie, está tudo bem, é recíproco, mas preciso de ajuda, de uma mulher para outra... Por favor - a loira diz começando a ter a voz embargada.

Olho em direção a floresta pensativa e coço minha nuca inquieta.

— Preciso que seja breve com o que quer que seja de tão urgente - respondo a puxando para minha cabana.

•

Coloco chá de camomila em uma xícara e entrego para Esther.

— Beba, chá de camomila tem propriedade calmantes, vai lhe ajudar com os ânimos - entrego a xícara e me sento em sua frente.

— Obrigada, é muito gentil de sua parte, Amelie - Esther sorri e saboreia um gole do chá.

Já fazia um tempo que estávamos ali na cabana sem discutir sobre o tal assunto, algo que já estava tirando minha paciência.

Esther já havia até perguntado o que eram todos os meus grimórios em cima da mesa e o motivo de tantas ervas junto deles.

— Desculpe se parecer insensibilidade, mas está me irritando, Esther, conte logo esse problema - digo inquieta.

— Claro, desculpe pela demora... Sabe Amelie, creio que deva ter conhecimento de que Ansel e eu tivemos um enlace amoroso durante um tempo atrás - Esther diz parecendo envergonhada.

— Que eram amantes? Sim, sabia - respondo me levantando para ir lavar minha xícara.

— Acontece que ocorreu um pequeno problema entre nós dois - percebo a voz de Esther ir abaixando cada vez mais, como se não quisesse falar.

— Que tipo de problema? - pergunto confusa.

— O do tipo que o resultado aparece em nove meses - a loira diz rápido.

Acabo por derrubar minha xícara no chão a quebrando e me viro a encarando com choque.

— Juro que foi um acidente, não queria isso...Me ajude por favor, Amelie, lhe imploro - Esther diz chorosa enquanto segurava meus braços.