𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍

CAPÍTULO 11

𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

Arrumo meus cabelos com calma enquanto caminho pelo meu quarto, as dores no meu corpo estavam cada vez maiores, como se algo estivesse me apertando a todo momento, não entendia ao certo, poderia ser algo da minha cabeça.

Suspiro parando na janela olhando a floresta enquanto o pôr do sol fazia presença, ao longe conseguia ver uma iluminação, não era possível identificar o que era, mas a luz oscilava, como se uma chama estivesse apagando.

A aparição começa a se mover vindo em minha direção, franzo o cenho me perguntando o que era aquilo, mas sorrio de orelha a orelha vendo que era minha amiga de muitos anos, uma borboleta.

Cruzo os braços sobre a janela a esperando voar até mim, sua luz estava fraca, parecia não ter forças para voar. A cada vez que a borboleta batia suas asas de forma lenta meu corpo doía.

Em minha frente ela caiu, o espectro fazia força para levantar novamente. Pulo a janela a pegando em minhas mãos com cuidado, quando a ponho em meus braços com cuidado sua luz apaga totalmente.

Grito de dor assustada com o que estava acontecendo, caio no chão sem conseguir me levantar confusa. Respiro ofegante percebendo o que estava acontecendo.

Vejo meus irmãos saírem correndo de casa, o primeiro a correr até mim foi Edward.

— Minha perna, não consigo mexer, me ajude por favor - digo entre lágrimas e grito novamente sentindo a dor agora em meus braços.

— Está acontecendo, deixe fluir, Amelie - Grannus tira meus cabelos do rosto.

— Dói tanto - meus olhos começam a arder como se estivessem pegando fogo.

— Não lute contra, Lie, precisa aceitar, isso - Hawise levanta minha cabeça com cuidado.

— Eu não aguento, eu não consigo - reclamo enquanto chorava.

— Amelie, você é a mais forte de todos nós, sabemos que você vai aguentar, não lute, vai ser pior. Infelizmente é o que somos, precisa deixar que tudo aconteça - Arthur me encoraja enquanto acaricia meus cabelos.

— Vamos lhe levar para a floresta, mas estamos aqui com você, não se preocupe, Lie - Letholdus me pega no colo com cuidado.

Todos caminham até a floresta com pressa.

Me deitam em meio algumas árvores, volto a gritar sentindo uma dor de cabeça enorme. Todos os meus irmãos fazem um círculo ao meu redor e Frederick cobre meu corpo com uma coberta.

— O que é isso? - pergunto confusa e respiro fundo tentando me controlar.

— Nada que precise entender por agora, apenas se acalme - Frederick responde.

Era como se todo meu sangue estivesse fervendo, minha cabeça parecia prestes a explodir e todos meus ossos estavam como pó.

Tentava não me concentrar na dor que habitava todo meu corpo, mas o pior era não se ter controle pelo o que estava acontecendo.

A dor aumentava cada vez mais, me queimava viva. Até que não sinto mais nada, respiro fundo vendo minhas roupas rasgadas no chão e percebo meus irmãos maiores do que o comum.

Me levanto ainda com dificuldade vendo minha pelagem, eram pelos escuros como a noite. Era estranho, conseguia escutar tudo, até mesmo o riacho não muito distante, sentia cheiros que nem ao menos imaginava.

Como se tudo ao meu redor fosse novo, era como estar nascendo novamente, mas dessa vez era tão intenso, as cores, os sons, os cheiros, me sentia livre, mesmo sendo no momento um animal.