CAPÍTULO 20

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𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

— Dê uma chance para Esther, talvez se surpreenda - Ansel me diz pela quinta vez no dia e reviro os olhos.

— Não gosto disso, lhe contei sobre o que penso em relação disso - me sento cruzando os braços.

— Olhe, Esther tem amizade com algumas Bennett, e pelo o que me recordo Edmundo também era um Bennett, talvez consiga lembranças dele - o homem diz tentando me convencer.

— Fazem séculos, creio que suas memórias foram apagadas, Edmundo não tinha ligação com o resto da família, apenas com sua irmã e pais - suspiro me lembrando de meu antigo amor.

— Apenas uma chance, Amelie, isso que lhe peço - Ansel ajoelha em minha frente e suspiro.

— Disse que não - respondo.

— Olhe Esther, essa é... minha prima distante, Amelie, ela veio me visitar durante um tempo - Ansel me apresenta e forço um sorriso para a loira.

— Prazer lhe conhecer, Amelie, sou Esther, mas creio que já me conhece, nos esbarramos na feira esses dias - percebo seu sorriso em minha direção.

— Bom, podem ficar se entrosando, tenho alguns compromissos - Ansel diz e sai correndo.

Mentiroso, ele havia prometido não me deixar sozinha com ela.

— Vi que tem interesse em ervas na região, algo em específico? - Esther pergunta e arqueio uma sobrancelha.

— Nada em específico, apenas um apreço pela natureza, e você? Sua cesta carrega muitas ervas, mas nem todas medicinais, na verdade, algumas são bem prejudiciais - aponto para sua cesta com um sorriso ladino.

— Uso para decoração... Sabe, nem sempre temos dinheiro para pele animal, então enfeitar a casa com plantas funciona - Esther me responde nervosa e cruzo os braços.

— Claro... Mas então Esther, faz muito tempo que mora aqui na Virgínia? - pergunto curiosa.

— Me mudei com minha família faz pouco tempo, mas me sinto em casa, conheci algumas Bennett e... - ela parece perceber o que ia falar e arruma sua postura.

— Algum problema com as mulheres da família Bennett? Soube que costumam ser muito inteligentes - digo me fazendo de desentendida.

— Nenhum... Mas e você, Amelie? Faz muito tempo que está aqui? - a loira pergunta mudando o assunto.

— Nasci e fui criada aqui, mas me mudei durante alguns anos, conhecer terras, pessoas novas, voltei recentemente com o intuito de me conectar novamente em minhas terras - digo sem deixar de a analisar.

— Claro, parece ter sido uma época muito boa... Mas quantos anos tem agora, Amelie? Parece boa para casar - Esther pergunta em uma maneira de tentar me arrancar mais informações.

— Tenho a idade o suficiente para ter o conhecimento de que não preciso casar, é algo irrelevante, muitas traições, mentiras, deve ser tão ruim se casar com alguém, construir uma família e descobrir que foi traído, sabe, entendo que existam relacionamentos ruins, mas quem sou eu para julgar, não é? - digo tentando a provocar.

Eu realmente não me importava em Mikael ser traído, se o tal era mesmo tão violento como diziam, não seria eu em impedir sua lição, mas para provocar Esther eu precisaria tocar em seu ponto fraco, a família.

— Entendo o que quer dizer... Realmente é algo horrível - percebo ela engolir em seco enquanto me respondia.

— Como conheceu, Ansel? - pergunto.

— Somos bons amigos, nos conhecemos após ele me ajudar na feira - percebo sua voz falhar.

— Que cavalheiro, soube que Ansel é muito popular dentre as mulheres, creio que seja isso - digo e finalizo com um sorriso.

— Talvez... - percebo Esther suspirar e desviar seu olhar para uma mulher morena que nos encarava de longe.

— Sua amiga Bennett, não é? Vamos cumprimentá-la - digo em um sorriso debochado e saio andando em sua frente.

A loira tenta me impedir mas chego em sua amiga antes.

— Prazer em lhe conhecer, me chamo Amelie, soube que é amiga de Esther, como se chama? - pergunto com meu sorriso mais simpático.

Cruzo os braços analisando de longe a família Mikaelson, os típicos felizes, Mikael era um grande dono de terras, viking, um homem rico, o que descartava a fala de Esther onde decorava a casa com ervas, já que o dinheiro faltava. Finn era o irmão mais velho, sempre colado nos pés do pai, creio que uma maneira de se mostrar. Elijah era mais calmo, não costumava pegar em armas por diversão, um menino mais quieto, o que resultava em muitas provocações de seu irmão. Esther com certeza era uma matriarca, se dedicava mais em ser mãe e esposa, mesmo com seus problemas de fidelidade.

Aquela família tinha segredos, isso com toda certeza, mas não seria difícil de descobrir, pelo tempo que passei os analisando já é possível reconhecer que o alvo onde preciso me concentrar é Mikael, o típico homem que lidera a casa.

— Precisa de ajuda? - me assusto com uma voz atrás de mim e percebo ser Elijah.

— Não obrigada Elijah... Mas você não deveria estar com seus pais? É muito novo para andar assim - me abaixo ficando em sua altura.

— Sou maduro, mas por que está encarando minha família? - me assusto com a pergunta do garoto e arqueio uma sobrancelha.

— Sabe Elijah, existem coisas que nem todos estão prontos para ouvir, isso é algo não necessário para você - o respondo.

— Elijah, vá arrumar suas coisas - Mikael diz se aproximando do menino e arrumo minha postura.

— Arrumar suas coisas? Vão se mudar? Acabaram de chegar - digo confusa.

— As transformações estão chegando, deveria se proteger - o homem me responde cruzando os braços.

— O que seriam transformações? - pergunto curiosa.

— Todas as luas cheias homens e mulheres se transformam, viram feras, lobos para ser específico, se tornam muitos em apenas uma região, o que costuma atrair mais animais, então é uma noite perigosa, onde todos se escondem em cavernas - Mikael me responde após Elijah se retirar.

— Existem tantos assim? Pensei que eram apenas dois ou três nessa região - franzo o cenho.

— São originários daqui, alguns acreditam que são amaldiçoados, já outros que foram aberrações criadas pelos ancestrais como forma de punir pecadores - o homem responde e cruza os braços.

— Obrigada pelas informações, Mikael, boa sorte para sua família - respondo com um sorriso lateral.

Não era exatamente a informação que queria, mas ainda sim me era curioso o fato de existirem tantos.

A família Mikaelson poderia enganar muitos com sua imagem de perfeição e riqueza, mas aquilo não iria passar por cima de minhas ideias.

CAPÍTULOS TODAS SEGUNDAS, QUARTA E SEXTA <3

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora