CAPÍTULO 14 | parte 1

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𝐄𝐃𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

Desde os meus 14 anos tudo vem acontecendo tão rápido, não sei mas o que fazer.

Por um lado tenho Amelie, linda, doce, gentil e meiga de sempre, não existia menina mais encantadora nesse vilarejo do que ela, era o tipo de garota que possuía um charme natural, conseguia chamar toda a atenção de um lugar para si. Seus olhos como amêndoas, os cabelos negros e uma pele chamativa.

Do outro lado existiam meus problemas, que coincidentemente foram causados por minha família, uma antiga ancestral que deixou muitas dívidas com a nobreza antes de morrer, agora essas dívidas estavam sendo cobradas.

FLASHBACK ON

— Eu lhe dei uma ordem clara, garoto, estou cobrando um dívida, quero ela paga, é sua obrigação - Rei Hektor segura meu colarinho com força.

— Não entendo o motivo que eu deva lhe ajudar, existem pessoas melhores para isso - digo tentando me soltar

— Escute aqui, eu pedi algo simples para a inútil de sua avó, pedi uma maldição que matasse todos, não que os deixasse mais fortes, e eu quero a cabeça daquela cadela suja em uma bandeija - sou jogado no chão.

— Não posso fazer isso com ela, nunca irei me perdoar - me levanto ainda desnorteado.

— Você pode amar muitas coisas, garoto, mas Amelie não é uma delas, eu a quero morta, ela não deveria ter nascido - ele se senta em seu trono.

— Ela é uma boa pessoa, nunca lhe fez algo, deveria esquecê-la, está se tornando alguém obcecado em uma adolescente - respondo tirando coragem.

— Já estou ficando cansado de você, garoto, estamos trabalhando nisso desde que você tem 14 anos, lhe ensinei a cortejar, avisei sobre o primeiro beijo e ainda emprestei dinheiro para comprar aqueles malditos cavalos, onde você seria o príncipe encantado dela, lhe disse sobre tudo que deveria fazer, você a encantou por pura armação, se eu sou uma pessoa ruim, você é pior ainda - ele diz cínico.

— Mas se quiser sair de nossos planos eu não vejo problemas, desde que avise para seus familiares o que estava tramando e que todos vão morrer, de preferência de forma bem lenta. Sempre dizemos que mulheres e crianças vão primeiro, por que não começar pela gestante? - percebo seu sorriso e engulo em seco.

FLASHBACK OFF

As memórias de minhas conversas com rei Héktor não saíam de minha cabeça, eu me sentia um traidor por estar caminhando Amelie para a morte, mas também não poderia abandonar minha família, a qual não fazia ideia do que estava fazendo.

Todos os dias eu conseguia ver alguns guardas reais no vilarejo, muitos deles estavam lá por estarem certificando de que estava fazendo tudo que me era dito.

Meu peito ficava aflito a cada toque de Amelie, no fundo mesmo eu retribuía seus sentimentos, e me sentia mal por estar fazendo aquilo. Seu aniversário de 16 anos foi um dos piores dias de minha vida, ela disse que me amava, minha real vontade era lhe encher de beijos, mas não poderia fazer aquilo.

Meu pai estava desempregado, estávamos sem renda nenhuma, passei a sustentar a casa, disse que tinha arranjado um emprego, uma desculpa para não revelar a verdade de que o dinheiro estava sendo meu pagamento pelas mentiras.

No fundo eu não passaria de um covarde pelo o que estava fazendo, além de proteger a minha família, também precisávamos daquele dinheiro que recebia, mas ainda sim nunca me perdoaria. Amelie merecia alguém fiel, que a ame e nunca desista, mas que também entenda seu espaço, ela era tudo de mais incrível e doce no mundo, mas com certeza não era do tipo de mulher que abaixava a cabeça para um homem ou que recebia ordens, não mesmo.

Nesse exato momento eu estava vendo Amelie de longe, mais um de seus sobrinhos havia nascido, Letholdus era o pai, nasceu uma menina forte, foi batizada com nome Âmbar. Minha namorada segurava a recém nascida com cuidado e olhava admirada, não conseguia encarar aquela cena sem imaginar nosso futuro, as coisas poderiam ser certas, eu pediria sua mão em casamento e teríamos nossos filhos, acordaria todos os dias ao seu lado, definitivamente eu a amava, mas ainda sim a traía.

— Venha querido - Amelie diz baixo quando percebe minha presença.

Ela me entrega a bebê e encaro cada detalhe de seu pequeno rosto.

— Ela é com certeza muito bonita - sussuro para não a acordar e sinto Amelie deitar sua cabeça em meu ombro.

— Sei que não vamos nos casar tão cedo por escolha minha, mas daqui alguns anos teremos nossa própria família com muitos filhos, meu amor - ela deixa um selar carinhoso em minha bochecha e sinto um aperto no peito.

— Eu adoraria formar uma família com você - digo sorrindo sem mostrar os dentes.

Já estava de noite quando dou algumas batidas leves na janela de Amelie, não demora para que ela me atenda com um sorriso, não consigo evitar em retribuir o gesto e entro em seu quarto com sua ajuda.

— Parece feliz, Lie - digo com nossos rostos próximos, passo minha mão em sua nuca e sorrio a olhando.

— Na verdade estou sim, hoje finalmente finalizei tudo o que lhe dizia estar ocupada, então estou feliz, me sinto aliviada... Sem contar que existe outro motivo para me deixar feliz - ela diz se afastando e se senta em sua cama me olhando.

— Posso saber o que seria esse outro motivo para sua felicidade? - me aproximo a deitando na cama com cuidado e subo em cima dela.

— Nada em especial, apenas que vou receber a visita de alguém que gosto muito - Amelie diz sorridente e deixa um beijo em meus lábios.

Volto a passar minha destra em sua nuca e levo minha mão livre para sua cintura nos colando. Sorrio entre o beijo enquanto o aprofundava, Amelie pousa uma de suas mãos em minhas costas e me puxa para cada vez mais perto.

Desço alguns beijos para seu pescoço livre e fazendo uma trilha até se busto, era a primeira vez que a garota me deixava chegar tão perto de si, e sorrio a ouvindo suspirar.

Logo Amelie me empurra de cima de si assustada, a olho estranhando aquilo e ela me faz um sinal de silêncio.

— Vai pro armário - a garota se levanta me empurrando para seu armário.

— O que está fazendo, Amelie? - pergunto confuso.

— Só confie em mim - ela diz fechando a porta do armário.

Me encolho para entrar melhor no armário e respiro fundo tentando entender tudo. E acabo por escutar outra voz masculina no quarto, Grannus.

— Oi Lie... Podemos conversar? - ele parecia perguntar receoso.

Não consigo escutar nenhuma resposta de Amelie.

— Sabe que não confio nada em Edmundo, não consigo sentir que ele está sendo uma boa companhia para você, aquele garoto não me deixa confortável - reviro os olhos escutando aquilo e cruzo os braços.

— Veio para falar sobre, Edmundo? - Amelie parecia perguntar brava e seguro um riso.

— Só vim dizer que mesmo não confiando nada nele, nada mesmo, sei que te faz feliz, então irei os apoiar, pois além de tudo quero minha irmã feliz, então lhe confiarei nas mãos dele - abaixo o olhar escutando aquilo me sentindo culpado.

Grannus estava me confiando Amelie, aquilo era algo importante, ainda mais para um irmão tão ciumento como ele, e eu jogaria isso fora, me sentia péssimo.

CAPÍTULOS TODAS SEGUNDAS, QUARTA E SEXTA <3

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora