CAPÍTULO 14 | parte 2

1.1K 148 28
                                    

𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

Havia alguns dias que sentia algo estranho no peito, me sufocava, parecia apertar meu peito, todas as noites pesadelos me assombravam, eu poderia sentir a morte vindo.

Essa sensação me deixava inquieta, o perigo estava próximo, e eu era o alvo.

Engulo em seco enquanto estudava alguns feitiços, tudo estava tão estranho, até mesmo meus grimórios, toda hora as páginas saíam do lugar com o vento e ficavam abertas em feitiços de proteção, meu coração dizia que deveria me proteger, mas minha mente ainda me pregava peças para me fazer decidir algo.

— Estão me deixando confusa, ancestrais, estou com medo de tudo o que está acontecendo, me mostrem o que fazer - as páginas voltam a virar e param em um feitiço de tempestade.

Me levanto com pressa, pego uma cesta e caminho apressada para a porta de casa.

— Onde está indo querida? - Thyeri me chama enquanto me encarava da cozinha.

— Preciso resolver alguns feitiços, prometo voltar cedo, mais tarde ainda irei sair com Edmundo, não se preocupe, papai - sorrio e sai correndo para a floresta.

Pego todos os ingredientes necessários os juntando em minha mesa do quarto. Preparo tudo de maneira precisa, não poderia errar, se os ancestrais estavam desejando aquele feitiço, eu deveria fazer, e logo.

Depois de preparado eu junto tudo em uma tigela. Respiro fundo começando a recitar o canto em latim, o vento entrava pela janela de meu quarto com força fazendo meus cabelos voarem, escuto trovões me fazendo assustar.

O líquido dentro da tigela parecia formar pequenas espirais, já la fora uma tempestade forte caía, funcionou.

Fecho as janelas de meu quarto e suspiro, meu peito doía, aquela inquietação me deixava louca. Seguro com cuidado o pingente de meu amuleto e fecho os olhos.

- Me deixem proteger minha família, independentemente do que aconteça hoje, quero que eles tenham uma vida boa, por favor me ajudem - sussuro e guardo meu amuleto.

Termino de arrumar meu vestido para o encontro com Edmundo, mesmo apreensiva eu precisava me certificar de que ele também estaria bem.

Silêncio, os trovões se foram, a chuva cessou, encaro confusa para a tigela onde não se existia mais líquido algum, seria agora.

Escuto leves batidas em minha porta e logo é revelado um Arthur.

— Edmundo está na porta lhe esperando - ele diz sorrindo sem mostrar os dentes.

— Claro, obrigada por me avisar Arthur - digo e o abraço com força.

— O que houve? Nunca me abraça - ele pergunta e posso ouvir sua risada anasalada.

— Nada importante, apenas queria lhe demonstrar um pouco de carinho, dizer que lhe amo, não apenas você, mas todos nossos irmãos - digo sorrindo e solto o abraço.

— Vou fingir que não demonstrou claramente que sou o irmão favorito, vai ser nosso segredo, sabe, pra não magoar os outros - ele diz rindo e solta o abraço.

— Deixe de ser bobo, apenas queria ser carinhosa - dou risada.

— Claro, vou fingir que acredito, mas agora é sério, Edmundo está lhe esperando, e Louise acha que ele vai lhe pedir em casamento hoje, então destrói o coração dele com um lindo não - o repreendo com o olhar.

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora