CAPÍTULO 21

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𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

Saio de casa arrumando meu vestido e estranho ao não encontrar quase ninguém na vila, as poucas pessoas pareciam desesperadas para comprar comida.

Caminho lentamente ainda confusa e percebo Mikael carregando algumas coisas junto com o Esther, me aproximo dos dois e cruzo os braços.

— Por que não tem ninguém na vila? - pergunto.

— É lua cheia, Amelie - Esther me responde.

— Onde vão se esconder? - pergunto ainda os seguindo.

— Para a caverna mais próxima que encontramos, e você? - Mikael pergunta.

— Eu não me recordava que era lua cheia, mas vou ficar em casa - digo.

— Não é seguro se esconder em casa, venha para a caverna conosco - diz Mikael.

— Está cheio... Quer dizer, nem todas as cavernas são boas para muitas pessoas ao mesmo tempo, melhor que fique em sua casa junto com seu primo - Esther diz cortando a fala do marido.

— Não se preocupe, eu pretendia ficar em casa de qualquer jeito, não é como se os lobos fossem abrir as portas - digo encarando Esther.

— Como quiser - a loira diz me analisando de cima a baixo.

Esther não gostava de mim, e eu não tinha problema em retribuir sua aversão.

Termino de fechar algumas janelas para impedir a entrada de insetos e me deito no colchão suspirando exausta, havia feito alguns feitiços no dia, apenas precauções para não conseguir ser rastreada, fiz mais inimigos além dos imigrantes durante esse tempo, aquilo estava me deixando muito cansada.

Viro meu rosto para o lado encontrando uma pulseira de Ansel, seu amuleto já servia apenas como um protetor, não como uma maneira de impedir sua transformação, ao contrário do meu, que no caso não me permitia transformar, a não ser que eu queira.

Pego sua pulseira saindo de casa e suspiro.

— Sempre esquecendo tudo, inacreditável - resmungo fechando a porta.

A vila estava totalmente deserta e algumas casas eram notórias o uso de tapumes para dificultar a entrada de qualquer um.

Olho para todos os lados ainda assegurando que estava sozinha, engulo em seco e fecho os olhos tentando me concentrar nos sons e cheiros.

Caminho seguindo meus instintos de lobo, não seria difícil os achar, já que eram tantos como diziam.

Percebo estar próxima pelos barulhos de passos ficarem cada vez mais altos.

Me assusto com uma figura robusta em minha frente, um lobo, rio anasalado com a figura rosnando em uma tentativa de me amedrontar, me abaixo na mesma altura que o animal e cruzo os braços.

— Vai precisar de bem mais caso queira me assustar, cãozinho - acaricio sua cabeça e me levanto voltando a caminhar.

O animal puxa a barra de minhas vestes tentando me impedir, viro com brutalidade mostrando meus olhos com uma tonalidade diferente, uma cor que apenas se revelava quando estava irritada, ou me transformando, vou me abaixando aos poucos fazendo o animal recuar.

— Saiba reconhecer sua posição na frente de uma alfa - digo séria, arrumo meu vestido e me viro encontrando vários lobos.

O mais alto deles tinha um pelo negro como a noite, era robusto e caminhava em minha direção, percebo que era Ansel e tiro seu amuleto de meu bolso.

— Esqueceu isso, Ansel - prendo sua pulseira em sua perna e sorrio levemente para os outros.

— Antes que eu esqueça, existem muitas lendas sobre nossa origem, se somos uma vítimas de uma maldição, uma aberração, mas isso não vem ao caso, somos bem mais do isso, temos força, velocidade, inteligência, tudo que nos prevalece, mas o que nos une ainda mais é a matilha, a família, aproveitem isso, nem todos conseguimos ter isso, mas tomem cuidado - digo e vejo Ansel se sentar ao meu lado.

No dia seguinte eu me sento em minha cama ao acordar, consigo ver um Ansel cabisbaixo na porta do quarto.

— Bom dia, Melie... Dormiu bem? - o homem pergunta se aproximando.

— Bem, acabei tendo alguns sonhos com minha família, me ajudou com a saudade - suspiro me levantando.

— Alguns perguntaram hoje de manhã sobre quem é você, reconheceram que é uma alfa, mas está sem matilha, portanto vão lhe considerar fraca - escuto o conselho de Ansel.

— Não preciso de uma matilha - respondo.

— Sei que tem essa ideia, mas isso é algo que pode aumentar sua força, apenas me escute pode se surpreender - meu sobrinho diz e suspiro.

— Talvez um dia, Ansel

— Onde passou a noite? - me assusto com a voz de Mikael atrás de mim e pouso minha mão em meu peito.

— Que susto... Passei a noite em casa, dormi como um bebê - digo arrumando a cesta em meu braço.

— Esther sempre carrega essa flor roxa, qual a função? - o homem aponta parap uma planta.

Era acônito, a flor mata lobo.

— Essa flor tem funções venenosas, espanta os lobos, Mikael - respondo ainda pensativa.

— Não sabia disso, parece ser interessante mesmo, explica muita coisa - o homem responde tentando ser simpático.

Esther colhia a mata lobo, mas de encontrava diretamente com Ansel todas as noites, isso só poderia significar uma coisa.

CAPÍTULOS TODAS SEGUNDAS, QUARTA E SEXTA <3

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𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora