𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍

CAPÍTULO 19

𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

989 D.C

Tantos anos de fuga, depois de um tempo ignorei os viajantes, sou bem mais poderosa que todos eles atualmente, sem considerar o fato de que as verdadeiras ameaças foram mortas, mas prefiro não revelar os métodos.

Corri em círculo por décadas, mas voltei ao ponto inicial, escutei o conselho de Americus, retornar para minha família.

Busquei os herdeiros de meus irmãos por anos, acabei em descobrir que Hawise teve uma filha com as mesmas características que a minha, ele a batizou com meu sobrenome, me senti tocada por esse ato.

Durante minha busca cheguei em nomes interessantes, descobri que existia uma matilha em meu antigo vilarejo, um dos líderes se chamava Ansel, um rapaz robusto, descendente de Grannus. O analisei por meses, descobri que ele era consideravelmente popular entre algumas mulheres da região, ele realmente tinha o sangue de Grannus.

Tomo coragem e dou algumas batidas na porta da cabana do homem. Logo ele abre e revela um homem com alguns fios loiros, pele clara e olhos tão azuis como cristais.

— Desculpe, está perdida docinho? - Ansel pergunta com um sorriso ladino e arqueio uma sobrancelha.

— Não vai querer dar em cima de mim, pirralho - digo séria e cruzo os braços.

— Então a senhorita esquentadinha poderia me dizer o motivo de estar em minha porta? - o homem pergunta alterado.

— Vamos entrar nessa cabana e vai escutar tudo o que tenho a dizer - digo o manipulando enquanto entrava em sua residência.

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— Ansel, colabore, não precisaria lhe amarrar para ter que contar uma história - cruzo os braços enquanto me sentava em uma cadeira.

— O que está fazendo comigo bruxa? Sei que é uma ladra - o homem diz e o encaro.

— Ladra? O que quer dizer com isso? - pergunto confusa.

— Está com o colar da original, Amelie, todos os lobos conhecem a história dela, a primeira híbrida já existente, bruxa e loba, seu amuleto era um colar com um lobo de olhos vermelhos, assim como o que você está usando agora mesmo, ladra, vai provocar a raiva de nossa ancestral - Ansel diz com confiança e não seguro uma risada.

— Já conhece minha história pelo visto, não preciso perder tempo então - cruzo os braços e me divirto com a expressão de choque no rosto do homem.

— É impossível, Amelie nasceu em 500, estamos em 989, é uma farsante - Ansel diz enquanto tentava assemelhar tudo.

— Sua história está correta em até certo ponto, mas esqueceu da parte em que paguei por meus pecados durante todos esses anos, como por exemplo o fato de ser imortal agora, infelizmente - digo o soltando em um gesto com a mão.

— Como se tornou imortal? - ele pergunta curioso.

— Reconhece minha história com Edmundo? - me viro e o mesmo assente com a cabeça.

— Depois de sua morte passei por muita coisa, fiquei sem abrigo, sem família, sem ninguém, então entrei para os viajantes, achei um feitiço de onde quem realizasse seria imortal, pensei em reverter o efeito para que conseguisse trazer meu antigo amado a vida, e que nos tornasse imortais juntos... Não deu certo, acabou em que Edmundo nunca voltou a vida, mas eu não posso morrer mais - digo com um certo pesar.

— Eu lamento pela sua história... Mas se Edmundo traiu sua confiança, por que o queria novamente? - ele diz se levantando.

— Edmundo morreu em redenção ao meu nome, poderia ter me deixado para morrer, mas me escondeu e enfrentou uma espada atravessando seu peito. A cabeça dele tombou para meu lado quando bateu ao chão, Edmundo morreu me encarando, guardo comigo até hoje aquela visão horrenda, seu rosto expressava uma frieza que nunca vai ser reparada - respondo e suspiro pesado.