CAPÍTULO 1

4.1K 317 78
                                    

𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑

Havia correria nos corredores do castelo, todos os empregados foram ameaçados pra que prometessem silêncio perante a gravidez indesejada da princesa.

Após um longo grito de dor, ouve-se um choro, a filha bastarda nasceu. Imediatamente a pobre criança foi levada para o Lorde Valentus, o pior dentre todos os guerreiros do rei, indomável e sem coração.

Porém, até para o mais fortes dos homens, era uma missao impossível de completar. Matar um pequeno, frágil e indefeso bebê, que nem ao menos possuía horas de vida.
Estava nas mãos de Valentus o futuro de uma geração inteira.

Com seu coração amolecido pela pequena criança que estava em seus braços, decide colocá-la na porta de algum camponês, deu-lhe um leve beijo em sua testa quente e lhe desejou boa sorte. Pois ela iria precisar.
O frio do inverno da Virgínia maltratava a pequena recém nascida em sua manta, não seria fácil para a garotinha aquela noite.

Novamente choro fino e infantil é ouvido, mas dessa vez no vilarejo de baixa infraestrutura, a porta onde a mais nova estava era aberta, revelando uma senhora de aparência sofrida.

Seu coração amolece ao ver a neném encolhida no chão, não poderia deixá-la ali, ela poderia ser morta pelo frio, ou pior, por animais selvagens que por ali passavam, portanto ela toma a única decisão cabível, ela acolhe a bastarda em seus braços e a leva para casa.

Teve uma infância dura e severa. Ao completar 16 anos, sua mãe lhe arranjou um casamento com o filho de um ferreiro, não estava contente, porém acabou aceitando de bom grado. Apesar de seu casamento arranjado no começo parecer frio e sério, após o nascimento de seu primogênito Letholdus, o amor entre eles surgiu de forma leve, inocente e simples. Mas sendo filha bastarda de uma princesa, ela sabia dos perigos de estar viva, sendo assim, ela decide colocar sobrenomes diferentes em cada um de seus filhos, para os proteger, porque ela sabia que um dia o rei poderia descobri-la e a matar.

Meses após o nascimento de seu primogênito, o marido de Louise, Thyeri, a revela um segredo, sua família era portadora de uma magia que passava apenas entre as mulheres, porém era filho único por questões de complicações com sua mãe, ele necessitava de uma mulher que carregasse seu sangue, ou toda aquela linhagem mística poderia se perder. De início Louise achou que fosse algum tipo de brincadeira, mas mesmo tendo florescido um amor entre os dois, Thyeri não era o tipo de homem brincalhão, portanto eles começaram sua longa jornada em busca de uma menina, onde conseguiram acertar somente na sétima tentativa, o pequeno milagre que possuía apenas poucas horas de vida estava sendo rodeada por seus seis irmãos mais velhos que a olhavam curiosos, ela recebeu o nome de Amelie Gwendolyn Malraux, que significava trabalhadora abençoada, pois a pobrezinha teria uma longa batalha consigo mesma e com o poder que havia herdado e precisaria da benção dos céus para lhe ajudar nisto.

Mesmo sem qualquer habilidade, Edward, segura sua irmã mais nova, foi quase instantânea a ligação dos dois, a pequena que ja estava com a mão na boca abre os olhinhos encarando curiosa o menino em sua frente que a admirava.

— Eu vou te proteger pra sempre, Amelie, seja bem vinda a família meu amor.

Anos se passaram, a pequena Amelie crescia com graça e saúde, todos ao seu redor admiravam o quão pura era a garotinha, sempre atenciosa com seus irmãos mais velhos e extremamente obediente aos pais, mas sempre deixando sua curiosidade lhe levar aos poucos.

De longe era possível ver a pequena com seu vestido branco, um dos únicos que possuía, seus cabelos castanhos estavam soltos aos ventos, deixando seus lindos cachos voarem. Amelie encarava os irmãos mais velhos Letholdus e Hawise em mais uma de suas brincadeiras violentas de luta, sua mãe descrevia que era muito perigoso para a menina e que era uma brincadeira masculina, portanto ela de longe dava risada dos irmãos se divertindo.

Porém, com uma fração de segundo algo tira a atenção dela, uma espécie de espectro dentre as árvores, era pequeno e brilhava como a luz de mil estrelas. Com suas pequenas perninhas Amelie caminha até a luz chamativa que a guiava, ao chegar perto o suficiente para tocar a aparição se transforma em uma pequenina borboleta pousando em seu nariz, Amelie dá uma risada gostosa de criança e tenta pegar a luzinha que lhe fazia cócegas, com sua ação mais espectros aparecem e com isso uma voz a chamando para cada vez mais longe dos cuidados de seus irmãos mais velhos. Era como um sussuro a obrigando a caminhar cada vez mais, poderia ser perigoso, mas a menina nao se importava e agora passava a correr para descobrir seu chamado.

Ja faziam minutos que ela corria seguindo as luzes, já estavam lhe deixando cansada, mas quando estava prester a desistir ela chega em meio a um círculo de pedras e as luzes dançavam ao redor da garota, agora era claro identificar os sussurros, eles diziam que a escolhida estava em seu lar. Eram muitas informações para uma menina de apenas três anos, mas ela estava distraída o suficiente com os espectros que a rodeavam e faziam cócegas, sua risada ja se tornava alta o suficiente para ser escutada de longe, uma leveza invadia seu pequeno corpinho e estava tudo bem.

Ao longe estavam seus irmãos desesperados a procurando, já fazia muito tempo que a menina havia sumido, poderia ser perigoso, estava em época de caça, os animais ficavam amedrontados e passavam a caminhar pela redondeza, não seria muito difícil Amelie ser atacada.
Amelie dançava alegre o suficiente para não perceber que as luzes ja haviam ido embora, ela para a diversão para se perguntar o que havia acontecido com seus novos amigos. Não demorou muito tempo para que ela fosse puxada para um abraço forte, era Hawise, o mais velho estava ofegante, demonstrando que estava desesperado a procura dela.

— Nunca mais desapareça dessa maneira, sabe o quão é perigoso em época de caça, Amelie, o que estava pensando? Você poderia morrer, era isso que estava querendo?

Suas palavras eram muito duras para uma criança, porém seu desespero tomava conta de sua voz embargada. Amelie nao se ofende e apenas abraça o irmão mais velho.

— Eu vi luzes, eu estava em casa, irmão, não iriam me machucar, eu lhe mostro, Hawie - ela sorri mostrando a pequena janelinha em seus dentes e passa a puxar seu irmão para mais longe.

— Acho que está imaginando demais, vamos voltar para casa, aqui é muito perigoso para você - ele a pega no colo voltando a caminhar até a cabana que era a residência da família.

Mesmo no colo do irmão a pequena Amelie olha para trás e volta a ver uma pequena borboleta brilhante que desaparece em segundos, mas ela sabia que voltaria a ver sua mais nova amiga brilhante.

CAPÍTULOS TODAS SEGUNDAS, QUARTA E SEXTA <3

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora