Capítulo 1 - Quem são vocês?

3.9K 246 432
                                    

(Seu nome) sempre levou uma vida habitual, monótona, ao seu ver. Uma rotina dividida entre trabalho e estudos todos os dias sempre acostumam uma pessoa àquela normalidades de sempre. Quando ela pedia uma vida com mais emoção, não imaginou que um hacker foragido entraria na sua vida como um grande amor, e nem que um maníaco que também se tornou seu perseguidor.

Era tarde da noite, ela continuou sentada no sofá, apertando freneticamente o controle em busca de algo que chamasse sua atenção na televisão. Um tempo depois, ela aceitou sua batalha contra o sono e se preparou para voltar ao seu quarto, mas uma notificação clareou a tela do seu celular. Ela ignoraria aquela mensagem se ela não fosse a primeira que recebeu durante o dia, o que e fez ficar ainda mais curiosa. Chegou a pensar que poderia ser apenas os seus pais, mas viu que um número desconhecido estava tentando entrar em contato com ela.

Thomas: Tem alguém aí?

Uma simples mensagem. Uma simples resposta. Uma devastadora mudança em sua vida.

Jake

Eu estava sentado frente ao relógio, observando os ponteiros se aproximarem cada vez mais da meia noite. Assim que chegaram, um aperto no meu peito fez meus olhos lacrimejarem. Hoje completa dois anos desde que perdi minha mãe. Tem sido tempos difíceis, lidar com a saudade dela e com as dificuldades da minha vida se tornavam cada vez mais complicados. Várias vezes pensei em desistir de tudo e finalmente rever a mulher que me gerou, eu realmente desejava isso, mas sei que ela nunca permitiria. Por essa razão, eu continuo lutando pela minha vida, continuo fugindo e me escondendo atrás de uma identidade falsa.

Em meio as minhas dificuldades descobri um talento meu: Dominar a tecnologia. Juntei dinheiro para comprar o meu primeiro notebook, comecei a treinar mais as minhas habilidades e procurei por algo que já devia ter feito a muito tempo. Eu perdi a minha mãe, sei pouco sobre ela ou sobre o homem que também me fez, mas as redes sociais estão ao meu favor. Em pouco tempo, descobri sobre Nathan Donfort e suas duas filhas, Hannah e Lilly Donfort. Eles eram tudo que eu tinha, as únicas pessoas que possuem o mesmo sangue que eu, minha única família.

Descobri grande parte da vida deles, e então, meses depois, tive coragem de fazer meu primeiro contato com a minha meia-irmã. Mantivemos uma boa amizade por meses, Hannah me contou sobre a sua vida e contei sobre parte da minha, estávamos construindo um laço forte e me sentia feliz com aquilo. Minha felicidade não durou muito, percebi que Hannah confundiu as coisas e acabou se apaixonando por mim, pelo bem dela, fui obrigado a me afastar e cortar todo contato que tínhamos.

Meses se passaram desde que falei com ela pela última vez, voltei a ser um cara solitário e sem ter com quem conversar. Decidi verificar os meus e-mails antigos, e uma coisa chamou a minha atenção. Hannah havia me mandado uma mensagem depois de meses, mas não eram recentes, só notei que estavam ali um tempo depois, eu realmente não abria esse e-mail com frequência.

Abri o bate papo e verifiquei o conteúdo.

Hannah: Jake, você ainda está aí?
Hannah: Por favor, responda. Eu preciso da sua ajuda.

Assim que li aquelas mensagens, forcei a minha memória para lembrar o seu número e a liguei imediatamente. Hannah atendeu depois de três toques.

— Jake, é bom ver você — pela sua voz, Hannah parecia aliviada.

— Você está bem? Por que me mandou aquelas mensagens?

— Eu acho que estou sendo seguida há um tempo, eu já falei com todos eles, mas ninguém acredita em mim. Estou com medo, Jake.

— Seguida por quem? Você já denunciou isso?

Hannah abriu a boca para responder, mas alguém chegou atrás dela e golpeou sua cabeça. Ela desmaiou imediatamente, fiquei gritando o nome dela enquanto a via caída no chão. Sem que eu pudesse vê-lo, o agressor pega o celular e finaliza a ligação. Permaneço em choque olhando para a tela do notebook, eu ainda não consegui entender os acontecimentos dos últimos cinco minutos.

(...)

Três dias se passaram desde que Hannah desapareceu sem deixar rastros, ou pelo menos era isso que a polícia achava. Recentemente, um número enviado do telefone da Hannah chegou ao alcance do grupo de amigos dela, o namorado Thomas foi o primeiro a fazer contato com essa pessoa. Acessei o celular de todos eles e li cada mensagem que trocaram com aquela misteriosa desconhecida que afirmava nunca ter visto a Hannah.

Eu vou descobrir quem é ela.

(Seu nome)

Fui adicionada a um grupo com várias pessoas desconhecidas, eles fizeram um interrogatório comigo e descobri que uma mulher desaparecida havia enviado o meu número a eles. Presumi que fosse um mero erro de digitação, eu realmente nunca vi nenhum deles e muito menos a desaparecida. Eles insistiram por muito tempo em respostas que eu não tinha, alguns chegaram a serem grosseiros comigo e outros tentaram me incluir naquele grupo. Tudo isso é muito estranho.

Lilly: Olá? O acham que estão fazendo? Não estamos aqui pra fazer amizade e nem sermos gentis. Minha irmã desapareceu e essa mulher obviamente é a culpada. O que estamos esperando para entregá-la a polícia? Vocês não levam isso a sério?

Thomas: Entregá-la a polícia? Essa é a sua ideia? O que a polícia fez por nós até agora?

Jessy: Desculpa pessoal, vocês já sabem o que penso sobre isso.
Jessy saiu do grupo.

Dan: Isso foi uma ideia idiota, estão andando em círculos e não percebem. Continuem conversando com essa desconhecida que claramente é a sequestradora.
Dan saiu do grupo.

Cléo: Bom, só restou a gente agora.

Richy: S/n, nos desculpe por isso. As vezes eles não sabem muito bem lidar com tudo isso...

Cléo: Richy, o que está fazendo?

S/N: Ele acha que me incluir na conversa é a melhor coisa a se fazer. Vocês querem que eu ajude, certo?

Thomas: Isso seria ótimo.

Richy: Tenho que ir agora. Adios.
Richy saiu do grupo.

S/N: Cara estranho.

Cléo: Ele ouve isso direto. Richy é legal.

Decidi que não queria mais ler todo aquele drama que não tinha nada a ver comigo, desliguei o meu celular e me preparei para dormir, imaginando que amanhã eles teriam parado de tentar falar comigo.

Todos do grupo ficaram offline o restante da noite, o que não imaginavam era que do outro lado da tela de cada um deles, o hacker observava todo aquele diálogo com atenção.

Eu Sempre Soube (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora