Paro de tentar fugir assim que escuto meu nome, fiquei alguns segundos paralisada. Eu finalmente olhei para o rosto dele e notei que ele usava uma máscara, no beco havia uma pequena claridade, o suficiente para eu conseguir enxergar os profundos olhos dele me encarando.
As mãos dele foram saindo lentamente da minha boca, mas não falei nada. Nós dois ficamos nos olhando por algum tempo, então ele me soltou completamente e deu um passo pra trás. Logo depois disso ele tira a máscara que cobria seu rosto e pude vê-lo mais nitidamente.
— Como sabe o meu nome? — pergunto.
— Como não saberia? Estamos a tanto tempo juntos.
— Jake?! — minha voz sai trêmula.
— Ainda não me reconheceu?
— Eu nunca te vi, como eu saberia?
— Você tem um ponto.
Sem dar tempo de um de nós dois dizer mais alguma coisa, pulo no pescoço dele e o abraço. Sinto que ele se assustou com o meu ato, mas depois retribuiu e apertou a minha cintura. Não sei por quanto tempo ficamos abraçados, mas eu estava aliviada em saber que foi ele quem me pegou. Jake me soltou depois de um tempo e me afastei dele, só então me dei conta do que acabou de acontecer e começo a falar.
— Você enlouqueceu? Por que fez tudo isso? Eu achei que seria sequestrada! Você não pode me arrastar para um beco no meio de uma cidade onde tem um maníaco atrás de mim! — reclamo enquanto acerto leves socos no peito dele. — Como eu iria saber que era você? Você é um idiota.
— Certo, você tem que se acalmar — ele segura meus braços, me impedindo de continuar batendo nele. — Sinto muito por ter te assustado, mas você foi descuidada. Você está andando sozinha e no escuro numa cidade onde tem um assassino atrás de você e eu poderia muito bem ser ele. Você poderia estar morta agora. Eu acreditei em você quando disse que tomaria cuidado.
— Eu não estou morta e você também não é o sequestrador. Agora me solta.
Jake solta os meus braços e me afasto dele.
— Nunca mais me assusta desse jeito! — ordeno.
— E você pare de se expor ao perigo como se fosse muito divertido! — ele responde no mesmo tom que eu.
— A culpa foi toda sua que resolveu me...
— Já chega! Não temos tempo pra discutir agora, vamos para um hotel.
Eu ainda estou nervosa com ele, odeio tomar susto.
— Vamos pro meu — falo.
Coloquei o meu capuz e Jake fez o mesmo. Fiquei na frente dele durante todo o caminho e sentia que ele me observava. Assim que cheguei no hotel, avisei ao porteiro que não era pra deixar ninguém subir até o meu quarto e ele assentiu. Jake e eu subimos de escada até o meu quarto, assim que entramos, tranquei a porta e joguei minhas coisas na cama. Nós dois não falamos nada durante o caminho pois eu ainda estava nervosa com ele, mas agora temos que conversar. Jake se sentou na borda da cama e eu fiquei em pé bem na frente dele.
— Por que está aqui? — pergunto.
— Especifique "aqui".
— Aqui em Duskwood.
— Jamais te deixaria sozinha aqui. Trabalhamos melhores juntos, e já que decidiu vir pra cá, eu também vim.
— Você está se arriscando muito. E os caras do governo?
— Me livrei deles, por enquanto — Jake olha ao redor do meu quarto e acha o meu notebook, então ele o pega e desbloqueia com a senha. — Preciso esconder a localização de todos os seus aparelhos, ninguém vai acessá-las, exceto eu.
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Eu Sempre Soube (DUSKWOOD)
RomansaMorte. Traição. Conflito. Amor. Em Duskwood, essas quatro coisas caminham juntas. Principalmente dentro daquele grupo de amigos. O caso Hannah Donfort tomou proporções maiores do que qualquer um imaginava, colocando em risco a segurança de cada um d...