Capítulo 21 - Quase tudo pronto.

1.3K 152 93
                                    

Jake

Após sair do hotel da S/n, procurei por qualquer um ferro velho pela cidade e torcer para me venderem um carro usado de última hora. Assim que consegui, mandei uma mensagem para ela avisando e fui pra casa. Eu ainda tinha que arrumar as minhas coisas e desmontar todos os meus equipamentos que deixei na casa da minha irmã.

Ainda não tive tempo de avisar pra Lilly que estou indo embora hoje, então quis ficar aqui e esperar que ela chegasse do trabalho para eu contar de uma vez. Quando ela chegou, veio até meu quarto e viu que ele estava vazio.

— Por que juntou todas as suas coisas? — pergunta ela.

— S/n deu a ideia de irmos embora hoje, vai ser melhor assim.

— Hoje?! Precisa ser tão rápido assim?

— Se quisermos que a polícia não me alcance mais rápido, então sim.

— Ah...

Vejo que Lilly ficou chateada com a notícia, paro de arrumar as coisas e dou um abraço nela. Ficamos alguns segundos abraçados até que ela separou e passou a mão pelo rosto.

— Eu estava me acostumando a ficar com você e a S/n aqui em casa, você chegou há pouco tempo e já tem que ir embora.

— Nós vamos nos esforçar pra continuar falando com vocês, e não vamos ficar longe pra sempre.

— Pra onde vocês vão?

— Pra uma cidadezinha bem distante daqui. Não é interior, mas não é muito conhecida. Acho que vamos nos adaptar lá.

Ouço alguém batendo na porta e Lilly desce para atender.

— Deve ser a S/n, ela disse que passaria aqui — avisa.

— Deixa que eu atendo!

Passo na frente da minha irmã para abrir a porta antes dela. Assim que atendo, S/n me cumprimenta com um beijo e entra na casa.

— Lilly ainda não chegou? — pergunta ela.

— Chegou, ela já vai descer. Você falou com os seus amigos?

— Falei, foi meio difícil.

— Por quê?

— Jessy começou a chorar e eu tive que acalmar ela. Richy também estava lá, se fazendo de inocente e eu já estava quase surtando com ele, mas só ignorei. Ah, e eu passei no hospital também e falei com o Dan.

— O que ele disse?

— Nada de mais.

— S/n! — Lilly volta para a sala. — Jake me contou que vão sair da cidade hoje.

— Era sobre isso que eu queria falar com você. Vou sentir tanto a sua falta.

— Eu também vou sentir a sua, mas Jake disse que vai fazer a gente não perder o contato. Por mais que a gente se fale menos, já é alguma coisa.

— É verdade, mas temos que evitar um pouco usar muito a internet porque isso facilita encontrar a nossa localização — explica S/n.

— Aprendeu direitinho — interfiro.

Me sento ao lado dela e abraço a sua cintura. Lilly percebe a nossa aproximação e começa a rir.

— Por acaso vocês estão namorando e não me contaram?

— Nós não namoramos — respondo.

— Mas parece.

— Jake tem medo de um relacionamento sério — diz S/n.

— Isso não é verdade — tento me defender.

— É sim.

— Então o que vocês tem? — pergunta Lilly.

— Eu não faço ideia, mas gosto — responde S/n.

— Mas vocês precisam definir a relação de vocês. E se alguém perguntar o que vocês são?

— Acho que você tem que pensar numa resposta pra isso, Jake — diz S/n. — Agora eu tenho que ir, preciso resolver mais umas coisas.

— Eu te mando uma mensagem quando estiver indo pro hotel, certo? — pergunto e a levo até a porta.

— Até mais tarde.

Ela me beija mais uma vez antes de sair e eu volto a terminar de arrumar as minhas coisas com a ajuda da Lilly.

(Seu nome)

Tenho plena noção do que estou me metendo ao ficar do lado do Jake, posso correr riscos e tenho que estar preparada para qualquer coisa. Por isso, estar desprotegida seria uma total burrice.

Saindo da casa da Lilly, caminhei até a do Dan e usei as chaves que ele me deu para entrar. Nesses meses em que fiquei aqui, me aproximei e ganhei a confiança dele, o visitei quase todos os dias e o atualizava sobre tudo. Dan aprendeu a confiar em mim ao ponto de me entregar a chave da sua casa, uma casa com coisas que talvez não sejam legais perante a lei.

O que vim buscar é uma delas, Dan possuí duas armas trancadas dentro do seu cofre. Ele nunca me contou como as conseguiu, mas contou que elas não são registradas e isso faz com que eu tenha que tomar ainda mais cuidado.

Fui até o quarto dele e procurei pelo cofre atrás de algum dos quadros, quando encontrei, inseri a senha e peguei um dos revólveres e as munições. Coloquei tudo dentro da minha bolsa e escondi o cofre outra vez. Dan também me contou sobre a sua coleção de armas brancas, então fui até a cozinha e peguei algumas coisas.

Jake não pode saber que eu ando carregando isso, vai me dizer que é arriscado demais e faria eu me livrar da arma, mas estou fazendo isso pra proteger nós dois.

Saí da casa quando estava armada o suficiente e voltei para o hospital. Entrando no quarto, fechei a porta e as janelas, verifiquei se tinha alguma câmera de segurança e o mostrei a arma na minha bolsa.

— Você pretende usar isso em alguém? — pergunta Dan.

— Se for preciso.

— Você ao menos sabe usar?

— Achei que você fosse me ensinar...

— Certo, me dá isso aqui.

Dan se levanta da maca e coloca a arma em mãos, então ele tira a munição e me entrega.

— Ela é pesada, como dá pra notar — ele abre a palma da minha mão e coloca o revólver sobre ela. — Esse é o peso dela sem munição.

— Certo.

Ele toma a arma mais uma vez e coloca a munição de volta, logo após, a coloca na minha mão mais uma vez.

— E esse é o peso quando está carregada. Você sempre tem que ficar atenta, você pode não ter tempo para ficar conferindo tudo quando chegar a hora.

— Entendi.

— Certo — ele pega a arma outra vez. — A trava fica atrás do gatilho, sempre preste atenção se está destravada ou não. Não tem segredo, deixe o cano distante do seu rosto ou o impacto quando for disparada pode te machucar. Então destrava, mira e atira.

— Eu posso treinar — coloco a arma de volta na minha bolsa. — Não vai me contar onde conseguiu isso?

— No mesmo número que te dei caso precise de algo. Agora vá, o hacker deve estar te esperando.

— Vou sentir sua falta, Jack Daniels.

— Também vou sentir a sua.

Eu Sempre Soube (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora