Capítulo 45 - Início de um fim.

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Haviam se passado três meses desde que tudo aconteceu. Todo aquele drama chegou ao fim, Richy nunca mais foi citado numa conversa entre nós, o luto pela Hannah ainda prevalecia e Thomas abandonou Duskwood junto a Cleo. Sobre o restante do grupo: Dan e Lilly estavam namorando, entraram no relacionamento sério alguns dias depois do dia na delegacia, Jessy entrou na área da saúde, como sempre sonhou... E eu? Eu ainda não sei o que fazer da vida.

Eu permaneci morando na cidade, pensei várias vezes a voltar a morar com os meus pais, mas a minha liberdade nessa cidade me deixa confortável. Pensei em voltar para a minha casa em Ravenswood, mas cada lembrança que tenho com o Jake lá dentro me torturaria, principalmente porque eu estaria sozinha lá.

— Eeeei? Está no mundo da lua?

Volto para a realidade e vejo Jessy me encarando, ela estava falando alguma coisa, mas não prestei atenção. Nós duas estávamos na casa da Lilly, aquilo já havia virado normalidade. Jessy, Lilly, Dan e eu vivíamos juntos.

— A Lilly ainda não voltou? — pergunto.

— Não, ainda está no banheiro.

— Será qual é o resultado?

— Vamos esperar.

Nós duas continuamos sentadas perto da porta do banheiro, esperando Lilly sair de lá. Caso alguém esteja se perguntando o que aconteceu, hoje cedo recebemos uma mensagem da Lilly, ela parecia estar desesperada e exigiu que viéssemos o mais rápido possível, e a melhor parte está por vir: pediu um teste de gravidez.

— Acho que vai dar positivo, Lilly tem muitos enjôos ultimamente — comento.

— Seria tão legal ter uma criancinha no nosso grupo. Primeiro eu achei que você é quem nos daria uma sobrinha, mas Jake foi preso.

Sei que Jessy não disse isso por mal, mas não consegui não me sentir desconfortável com o comentário. Eu também imaginei ter uma família com ele, por mais que nós dois tivéssemos negado isso, mas a realidade passou bem longe dessa imaginação.

— Gente? Ainda estão aí? — pergunta Lilly.

— Sim — respondo. — Tem certeza que não quer o Dan aqui?

— Não sei como ele vai reagir. É o Dan.

— Vamos, saia daí.

Me levanto do chão e espero Lilly abrir a porta, assim que ela abre, vejo seus olhos vermelhos por causa das lágrimas e o teste com o sinal de positivo em suas mãos. Olhei para o rosto da Lilly esperando ela ter alguma reação, eu queria saber se ela também estava feliz com aquilo. E então, ela abre um longo sorriso e me abraça, comecei a dar leves pulinhos de felicidade e retribui o abraço. Jessy correu até nós e também se juntou no abraço, nós três ficamos pulando e gritando juntas.

— O Dan vai ter um treco quando descobrir — comento.

— S/n, esse não é o tipo de comentário que Lilly quer ouvir — Jessy me repreende. — Vamos dar toda felicidade do mundo pra essa criança, ela vai adorar crescer com a gente!

— Que criança? — Dan surge atrás de nós.

Ficamos imóveis olhando para ele, que também olhava para nós com uma sobrancelha arqueada.

— Então, me lembrei que tenho que fazer uma coisa... lá fora — aviso e saio do corredor.

— E eu... Tenho que ir com ela... sabe? Pra ajudar — diz Jessy e vem atrás de mim.

Nós duas deixamos o casal sozinhos e saímos da casa, acho que Dan e Lilly precisam desse tempo sozinhos para absorverem aquela informação. Jessy me levou até a praça no centro da cidade, compramos um sorvete e ficamos sentadas no banco vendo a movimentação da cidade.

Eu Sempre Soube (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora