(Seu nome)
Eu sempre tive a qualidade de saber como a pessoa é apenas trocando poucas palavras, olhares ou até mesmo mensagens. Posso sentir quando devo confiar em alguém ou não, e nunca estive errada em relação á isso. Quando os vizinhos vieram conversar com a gente, eu senti uma coisa estranha, eu senti isso quando olhei nos olhos dela e depois que reparei no jeito que o homem me olhava de cima a baixo.
Minha primeira impressão sobre eles não foi boa e eu devo tomar cuidado com isso, é claro que eu posso estar errada, talvez eu só esteja assim porque estou preocupada com o Jake, mas devo me prevenir de qualquer forma. Pensei que nomes falsos seriam úteis nessa nova fase das nossas vidas, não devemos dar informações sobre a gente para desconhecidos.
— Pensou em algo? — pergunta Jake, atraindo minha mente de volta a realidade.
— Eu vou resolver algumas coisas e, enquanto isso, por que você não pensa em um nome pra você?
— É claro. Você tem certeza disso, S/n?
— Ainda não me sinto segura, vamos só tomar cuidado.
— Eu te entendo. Vou conferir algumas coisas no computador e depois penso em algum nome, ok?
— Certo.
Voltei a observar pela janela assim que Jake saiu da sala, os vizinhos já tinham saído da rua, então procurei alguma movimentação dentro da casa deles. Tudo que consegui ver foi a mulher andando de um lado para o outro, mas não tinha nada anormal. Peguei o meu celular e tirei a capinha dele, pegando o papel que Dan me deu com um número escrito. Me lembrei das palavras dele, disse que se eu precisasse de qualquer coisa, só preciso ligar para esse número.
— Poke? — li o nome dele em voz alta quando adicionei o número.
Dou uma conferida em algumas informações e depois procuro pelas redes sociais dos meus amigos, com a intenção de saber como está tudo em Duskwood. Pelo visto, ainda estava tudo em ordem, mas de repente sinto a sensação estranha invadindo o meu corpo novamente. O que é isso? Eu não consigo entender...
Vou até a cozinha e bebo dois copos de água de uma vez, consigo me acalmar um pouco e tento controlar a minha respiração. Um tempo depois, ouço meu celular tocando, vou até ele e vejo que é um número desconhecido, mas atando do mesmo jeito.
— Oi?
— Está aproveitando bastante com o seu namorado? Eu espero que sim.
Ouço uma voz modificada no outro lado da linha.
— Espero que você e seu hackerzinho aproveitem bastante por aí. Talvez quando voltarem pra Duskwood, encontre só os cadáveres dos seus amigos, S/n.
Permaneço em silêncio, eu estava assustada demais para dizer alguma coisa.
— Eu sei onde vocês estão, sei o que fazem e sei no que estão pensando em fazer. S/n? Avisa para o seu namorado que vamos pegá-lo em breve, e caso isso não aconteça, já temos uma vítima perfeita. Será que o hacker aguentaria saber que estamos atrás de você também?
— Atrás de mim? Eu não fiz nada de errado, vocês sequer tem motivos pra me acusar de algo.
— Não nos subestime, garota.
Por mais que a chamada tivesse sido finalizada, eu permaneci com o meu celular no ouvido e sentia todo o meu corpo tremer. Uma única lágrima desceu pelo meu rosto e parecia que eu estava prestes a desmaiar. Tento gritar pelo Jake, mas a minha voz não sai, então tive que juntar forças pra subir a escada e ir até o quarto. Chegando lá, vejo que ele estava concentrado no computador e nem notou quando eu cheguei.
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Eu Sempre Soube (DUSKWOOD)
RomanceMorte. Traição. Conflito. Amor. Em Duskwood, essas quatro coisas caminham juntas. Principalmente dentro daquele grupo de amigos. O caso Hannah Donfort tomou proporções maiores do que qualquer um imaginava, colocando em risco a segurança de cada um d...