Encontro Marcado

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Notas Iniciais: 👀Como estão os leitores mais incríveis do planeta terra?

Boa leitura! :)


        Sentindo a respiração de Jenny aquecer a pele do seu rosto, foi como se Lauren tivesse despertado de uma paralisia momentânea.

– Não faça isso, por favor – disse segurando delicadamente os pulsos da garota que tinha os olhos fechados.

Se dando conta somente no instante em que a outra a impediu, a Srta. Butler piscou várias vezes, envergonhada com o que considerou fazer. Lauren sentiu os próprios músculos se relaxarem, estava aliviada.

– Me perdoe... eu... eu não sei o que pensei para agir dessa maneira – ela se desvencilhou do contato e levantou-se quase chorando, com as mãos cobrindo o rosto enquanto pedia perdão repetidas vezes.

– Não há necessidade de ficar dessa forma, está tudo bem – Lauren foi até ela e a segurou nos ombros – Entendo que possa estar um pouco confusa, mas dê um tempo a si mesma. Em algum momento a senhorita vai conseguir compreender melhor o que sente.

– Está bem... – concordou fungando. As duas se abraçaram – Podemos continuar sendo amigas?

– Certamente! Conte comigo para o que precisar.

Depois daquela conciliação, ambas foram capazes de dormir com uma preocupação a menos na mente. No dia seguinte, não mencionaram nem mesmo uma palavra sobre o ocorrido. Nem no dia depois. Lauren achou que não havia necessidade de discutir aquilo. Tinha deixado suas intenções suficientemente claras para Jenny e imaginou que ela compreendeu. Era bom ter uma amiga com quem, agora, pudesse conviver em harmonia e compartilhar os dissabores da rotina ou conversar sobre os assuntos mais triviais que permeiam os pensamentos de duas jovens.

Fazia uma semana desde que ela experimentou a aprazível sensação de tocar piano. Mas para sua infelicidade sentir aquilo outra vez demoraria para acontecer. Aparentemente o padre Arthur decidira se manter mais cauteloso quanto aos fiéis que circulavam fora do horário permitido na igreja e passara a trancar a porta lateral em seus minutos de descanso. E mesmo que ele não o fizesse, aquele não era o único motivo que a impedia de realizar tal astúcia. Em três dias, finalmente seria realizado o festival da colheita. Na noite anterior, a padaria dos Butler recebeu uma de suas maiores encomendas do ano, no meio delas, estavam os biscoitos que Lauren fazia tão bem. Com isso, sua demanda praticamente triplicou de tamanho.

Mesmo que tivesse de passar mais tempo na padaria, estava ansiosa para cumprir aquele desafio. Até porque ela não estava sozinha, todos os envolvidos ali demonstraram uma efetividade muito grande em ajudá-la, principalmente Colin MacAndrew, o rapaz que trabalhava com o atendimento e reposição de estoque. Além daquelas, ele também começou a acumular a função de assistente de padeiro. Lauren estava ensinando-o a medir as proporções para preparar os pães de fermentação natural. Essa era uma técnica complexa que a garota aprendera há algumas semanas, ela precisava ser aplicada com certo cuidado, caso contrário, comprometeria toda a produção.

– Quando terminar de pesar o fermento, pode vir fazer as últimas dobras nessa leva – ela apontou para três vasilhames com nove quilos de massa – Depois pode levá-las para a estufa, por favor. Assim que eu finalizar os biscoitos venho modelá-las com você – o garoto concordou e Lauren seguiu para sua outra atividade.

Achava que ele tinha a agilidade adequada para aquele tipo de tarefa, além de se manter bastante concentrado no que fazia. Mesmo assim, esta não era uma qualidade que o impedia de ser uma pessoa divertida também. Eram nos dias que Colin se fazia presente na cozinha que ela se tornava mais leve e descontraída, porque o tipo de humor que ele disseminava tornava-se apropriado para o ambiente na maioria dos momentos, principalmente quando o calor dos fornos ameaçava cozer o juízo de todos.

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