The Royal Secrets

Visita Inesperada

Notas Iniciais: Heey pessoal!! Como vocês estão? 

Boa leitura!

     Esse é realmente o começo de um sentimento puro, verdadeiro e tão vasto quanto... Quanto o oceano.

A forma terna como elas se conectam a partir dos olhares intensos, pode passar despercebido pela maioria das pessoas que as cercam, mas não a meu ver.

Sinto-me um pouco culpado pelo o que acontecerá a essas almas. Seria injusto demais de minha parte não ajudá-las.

Desde a última conversa que tive com o Mestre, minha ideia era ficar de camarote assistindo essas almas todas cometendo os mesmos enganos de vidas passadas, mas tenho que confessar, eu me afeiçoei a elas de maneira que eu precisarei intervir um pouco para que não sofram tanto.

Se estivessem em meu lugar, provavelmente fariam a mesma coisa, ou não fariam?

Os humanos, muitas vezes demonstram ser as mais apáticas das criaturas, mas de certo que não seriam diante da história de Lauren e Camila. Tenho certeza que no mínimo um pingo de compaixão os atingiria. Desculpem esses pensamentos meus, mas com absoluta sinceridade, ainda não me acostumei com o modo humano de ser, pensar e agir. Muitas vezes de forma injusta e cruel. Contudo, sei que sempre há um lado bom das pessoas. O lado que se importa com o próximo e consegue demonstrar-se um ser piedoso.

Entretanto, deixarei esse assunto de lado em minha mente, apenas para evitar mais e mais questionamentos sobre vocês.

Preciso preparar algo para a visita que estou prestes a receber.

E ela chegará daqui a alguns minutos.

Não preciso me virar para saber que Samuel está sentado na cadeira da minha mesa de jantar. Consigo sentir sua presença.

– Ainda incomodado com os erros que os humanos cometem, Ariel?

Ele usa sua roupa branca como a do Mestre e o cabelo ruivo parece mais ralo do que a última vez que nos vimos.

– Mais do que gostaria – digo enquanto me sento à sua frente e lhe ofereço uma xícara do café que preparava.

– Sabe que não deveria. Você está se esquecendo do verdadeiro motivo de estar aqui na terra, Ariel.

Tomo um gole do líquido preto que tinha em minha xícara antes de responder.

– Na verdade não estou. As ações dos outros também influenciam bastante no destino, por isso tenho me preocupado tanto como o que as pessoas a...

– Não é disso que falo – me interrompe ele de forma calma e séria – Suas interferências no destino delas vão acabar causando não só sofrimento a ambas, mas a você também. Por isso vim lhe pedir que pare com isso.

Não digo nada e ele continua.

– Por que simplesmente não pôde deixar que as coisas fluíssem normalmente no passado? Do jeito que tinha de ser?

– Não pude evitar – digo em meia voz, me sentindo culpado mais uma vez – Minha intenção era ajudá-las.

Samuel se encosta à cadeira e solta um suspiro audível.

– Só... Pare de prejudicar ainda mais essas pessoas com suas interferências.

Talvez ele estivesse certo, eu tinha de parar com isso. Mas... Eu não conseguiria...

Olho para baixo e depois em seus olhos azuis.

– Desculpe, mas eu não posso. Não agora que as duas almas estão finalmente prontas para começar a viver o que lhes é predestinado.