Noite de Tristezas

1.7K 147 31
                                    

Notas iniciais: Halooo, olha quem voltou das profundezas do esquecimento hehe

Me desculpem pessoas pela demora pra trazer esse capítulo... Espero que vocês aproveitem ele e não queiram me matar!! Até lá em baixo! o/

Boa leitura!!



   Há ocasiões em que escolhemos acreditar em uma coisa que geralmente nos pareceria totalmente insensato. Não que tal coisa não seja de fato insensato, mas decerto não é sensato. Talvez porque confiamos tão cegamente no nosso julgamento e numa possível suprarracionalidade que invalidamos uma confirmação que não se adapte a ele. E é exatamente aí onde a insegurança se encaixa, pelo menos para Lauren, numa fenda entre a razão e a insensatez.
 A garota sentia as raízes da insegurança fincarem dentro de si. Não tinha certeza de nada. Como poderia ter? Havia acabado de ser golpeada com uma dura realidade que sim, por mais que tentasse praticamente obrigar seus pensamentos a manter uma linha de raciocínio utópico daquilo tudo só ter passado de um completo devaneio, fazia sentido... muito sentido. Isso era o que mais a irritava. Se era tão óbvio como pôde não se preocupar em questionar quando percebeu as coisas tornarem-se estranhas? Não era fácil admitir para si mesma que de certa forma se deixara ser enganada por todos esses anos.

Foi impossível calcular por quanto tempo caminhou sozinha na estrada de terra que levava ao Palácio. Mas aquilo não importava, seus pés guiavam-na para o caminho certo enquanto a mente se engolfava cada vez mais nas indecisões. Era um processo complicado escolher o que iria dizer quando estivesse cara a cara com os duques. Como não faltar ao respeito com as pessoas que lhe criaram em um lar afetuoso, mas ao mesmo tempo mentiram sobre sua verdadeira origem? Mesmo que fosse tentar controlar a raiva diante deles, sabia que no momento que os encontrasse qualquer vestígio do bom senso que lhe sobrara a abandonaria.

Estranhamente o tempo havia se fechado. As árvores eram chacoalhadas de um lado para o outro impiedosamente pelo vento intenso. Uma garoa começou a cair quando Lauren pôs os pés no terreno do Palácio. Ainda ficou cerca de cinco minutos do lado de fora encarando a porta, se sentia tão idiota e vulnerável. Por um momento o pânico foi tomando sua consciência e uma ânsia fez doer seu estômago. Mas sabia que tinha que continuar, mesmo que isso significasse sentir uma das piores dores de sua vida.

Lauren suspirou fundo, decidiu entrar de uma vez.

O encostar de suas mãos na madeira fria da porta lhe causou um arrepio. Assim que adentrou, constatou que já devia ser bem tarde. Nenhuma vela do salão principal estava acesa. Com certa urgência ela foi ao corredor que levava ao escritório deles. Decerto estariam lá, uma fraca iluminação que escapulia por entre a porta de uma salinha no fim do corredor denunciava isso.

Seu coração batia mais forte conforme se aproximava. Respirou fundo mais uma vez e com uma calma que não fazia ideia de onde vinha, empurrou a porta para entrar.

Os dois estavam sentados nas poltronas de frente para a lareira. Ela com uma xícara de chá na mão e ele com um copo de uma bebida vermelha licorosa. Obviamente nenhum deles tinha percebido sua presença de imediato, já que continuaram a conversar sobre alguma coisa. Apenas segundos depois, a duquesa notou a chagada de outra pessoa.

– Lauren, minha filha! – disse se levantando entusiasmada. Como aquela última palavra era difícil de ser ouvida agora... – Chegamos agora pela noite! Sentimos sua falta, querida.

Elizabeth se aproximou para dar um abraço em Lauren que não recuou, mas também não retribuiu. Permanecera paralisada com um olhar sombrio e os punhos fechados. Como havia imaginado, a serenidade que lhe restara não passou da soleira da porta.

The Royal SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora