Bocas Úmidas

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Notas Iniciais: Não vou me delongar aqui, aproveitem o capítulo.

Boa Leitura!! :)



Lauren Point of View

     Lembro-me bem de quando era criança e uma noite minha mãe chegou a meu quarto para ensinar-me a controlar minhas emoções, a controlar meus sentimentos, medir ações diante de certas situações ou pensar bem antes de tomar qualquer decisão. De início não compreendi muito bem o que ela queria com isto, afinal, qual criança de treze anos de idade conseguiria de fato? Mas com o passar dos anos, eu aprendi a técnica que minha mãe ensinou-me para fazer em momentos de nervosismo ou ansiedade. Era simples, só era preciso fechar os olhos, respirar fundo e murmurar uma só nota de um até dez, até me sentir calma o suficiente e organizar os pensamentos. Isso ajudou-me bastante a ter controle sobre mim mesma e até os dias de hoje tenho conseguido conter a "avalanche" que me devasta por dentro quando me encontro em algum estado de ansiedade ou nervosismo crítico.

Porém quando acordei hoje, jamais poderia me imaginar diante desta situação. Situação essa que parece me atingir muito mais que uma avalanche, mais do que qualquer coisa que já senti em minha vida, de forma que não me deixa sequer manter a respiração controlada. De fato, não há como usar esta técnica agora.

Vejo-me diante de Camila que me olha intensamente, como sempre faz. No entanto, a um brilho diferente em seu olhar... parece-me esperançosa.

Sua mão ainda está pousada em meu rosto e no momento em que nos aproximamos ainda mais, ela pergunta-me:

– Posso pedir-te uma coisa?

– Sim... pode... – dei a ela uma resposta imediata.

Era notável que agora ela abandonara completamente minhas íris e fixara os olhos em meus lábios.

– Permita-me lhe beijar! – diz ela a meia voz.

E fora essa exclamação, dita assim de forma tão natural que me desconcertou completamente. Neste momento, milhares de dúvidas fervilhavam em minha cabeça, não sabia como reagir ao pedido que surgira assim, tão de súbito. Não sabia sequer como era possível eu ainda conseguir estar ali flutuando naquelas águas, ao passo que, sentia meu corpo amolecer a cada palavra que ela dizia.

– Camila eu... – tento dizer-lhe algo, mas ela me corta com um negar da cabeça, para dizer em seguida:

Apenas permita-me, Lauren.

Eu quis sair de seus braços e nadar às pressas para fora dessas águas sem sequer olhar para trás. Mas algo fez-me ficar firme diante do olhar suplicante que ela me lançava. Alguma força inexplicável impedia que eu saísse dali.

Talvez eu queira beijá-la... talvez se a própria não tivesse feito o pedido, quem sabe eu mesma já não a teria beijado antes...

Tão rápido como um estalo, deixo esses pensamentos e noto que seus olhos voltaram a se fixarem nos meus. O que acaba me deixando ainda mais nervosa.

O fato é que eu nunca beijei antes. Confesso que tudo o que sei sobre beijos, li em livros ou soube de histórias contadas por amigas. Lembro-me de uma ocasião em que um rapaz tentou beijar-me, mas não permiti tal abuso. Afinal, um beijo é uma demonstração de carinho, de afeto pela pessoa amada.

Eu sinto vontade de beijá-la... Isso quer dizer que a amo?

A este ponto, pensar antes de agir é algo que nem cogito mais, sendo assim, fecho os olhos, oferecendo-lhe meus lábios com o intuito que ela perceba que eu permiti que a mesma me beije.

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