A Vila dos Desconhecidos I

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Notas Iniciais: Hey pessoal! nem demorei dessa vez ein

Vejo vocês nas notas finais. 

Boa leitura!


   Passaram-se alguns dias desde que Camila e Lauren se encontraram na igreja, desde então, a filha dos marqueses não recebera nenhuma informação sobre a outra, nenhuma carta lhe fora enviada. Ela tentava não imaginar o pior, mas o pensamento de que alguém poderia estar interceptando as cartas era inevitável e aquilo a inquietava constantemente. O confinamento estava roubando-lhe o sono e a vontade de fazer qualquer outra coisa que não fosse esperar por notícias de Lauren.

As manhãs eram os únicos momentos agradáveis de seu dia, pois ela podia sair para o jardim na companhia de Normani e sentir o sol lhe esquentar a pele. Sua amiga lhe ajudou muito nos últimos dias, sempre tentava anima-la em relação ao motivo de Lauren não dar notícias.

– Talvez tenha acontecido alguma coisa para que ela não envie as cartas. Mas não pense no pior, se fosse algo realmente ruim já estaríamos sabendo, não acha? – disse tentando ajuda-la.

Camila assentiu desanimada. Não queria mais pensar sobre aquilo, já estava sendo doloroso demais ficar esperado todo aquele tempo, falar sobre, só lhe traria mais questionamentos indesejados.

As duas levaram a conversa para um outro assunto enquanto caminhavam pelo jardim. Era uma manhã ensolarada e agradável, podia-se ouvir o canto dos pássaros ao longe.

A conversa continuou por uns minutos, até que resolveram sentar-se no banco próximo ao chafariz do viridário.
Naquela hora Camila imaginou que nada poderia lhe atrapalhar os minutos de paz que estava tendo, mas aquele seu pensamento fora quebrado pelos duros passos de sua mãe vindo em sua direção.

– Talvez ela saiba de alguma coisa vinda do palácio. – disse Normani antes que Sinu estivesse na frente de ambas.

Camila concordou, mas não acreditou que obteria uma informação logo de sua mãe.

– Vejo que andas bem mais disposta estes dias. – relatou a marquesa sem fazer mensura alguma – Admito que estava certa sobre afastar-te da lady Lauren.

Camila alternou o olhar entre Normani e sua mãe, até finalmente estaciona-los na grama verde primavera. Não queria mostrar através dos olhos a fraqueza que sua mãe procurava, então tornou a fita-la resistentemente escutando-a falar.

– Isto decerto deve ter feito bem a ela também. – suas palavras prendiam ainda mais a atenção de Camila – Soube que ela tem agora uma dama de companhia, e que estão a dar-se bem.

A jovem demorou para absorver as palavras que lhe foram ditas, seus pensamentos tornaram-se ainda mais confusos e desta vez, ela não se calaria.

– Desde quando a senhora sabe disto? – perguntou estática.

– Estive lá no dia em que a moça chegou, muito educada, uma jovem bonita, com certeza terão muita afinidade. Mas em todo caso – continuou –, não foi por este motivo que vim aqui, na verdade, vim dizer-te que podes deixar esse pequeno tempo que lhe privei de certas companhias .

A última frase de sua mãe quase não foi ouvida, um pressentimento ruim lhe tomou e a única coisa que ela viu foi Sinu deixar o jardim sem dizer mais nada.
Normani começara a falar, mas ela também não a ouvia direito.

"...uma dama de companhia...". Tudo começou a fazer sentido na sua mente, o motivo da falta de notícias e da ausência das cartas agora fora esclarecido. Ainda que cogitasse a possibilidade de ser uma invenção de Sinu ela desconhecia se Lauren realmente havia tentado lhe escrever e então relembrou mais uma vez o que sua mãe falara "...estão a dar-se bem..."

The Royal SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora