Pequenas Descobertas

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Notas Inicias: Haloooo pessoal!! hehe Misericórdia quanto tempo, mas quem é vivo tem que aparecer um dia né hehe

Boa leitura!


     O interior do quarto se encontrava silencioso, até que passos pesados romperam a quietude. O bater da porta fez tremer um dos quadros na parede que, agora desajeitado, pendia para um só lado.

Lauren jogou com tanta força o peso do corpo sobre a cama que sentiu uma leve pontada nas costas. Seus pensamentos mais uma vez iam para além daquele quarto e se encontravam com a imagem de uma Camila tão sozinha em seu quarto quanto ela própria.

Lamentou que o que estivesse sentindo agora não fosse apenas saudade e sim medo. O medo de por muito tempo não poder contemplar os olhos castanhos que tanto prezava.

Ela sabia que tudo havia mudado no momento em que seu sentimento por Camila ia se fortalecendo a cada dia. Embora existisse dentro de si a sensação de já ter tido o desprazer de vivenciar a perda de quem amava, ela nunca se sentiu tão ameaçada quanto agora.

Lauren respirou profundamente e fechou os olhos. Pensou em Camila e na importância que a mesma tinha em sua vida. Ela não sabia ao todo até que ponto chegaria esse amor, mas por um instante, acreditou que poderia suportar a ausência da garota por alguns dias mantendo viva as lembranças do toque de seus lábios, de seu abraço apertado, seu perfume...

Mas isso seria impossível, pensou. Como pôde por tanto tempo viver sem ela quando, agora, tinha a nítida impressão de que a conhecera desde muitos anos?

Era como se no momento em que a viu naquele baile as duas tivessem recuperado uma conexão interrompida.

Ao relembrar de cada momento que passou ao lado de Camila nessas últimas semanas, uma pontada de saudade manifestava-se em seu peito fazendo-a se sentir sufocada.

Levantando-se depressa, bambeou levemente devido ao movimento brusco. Ela seguiu até a varanda do quarto e apoiou-se no parapeito.

O ar parecia ter voltado a seus pulmões.

Com os braços estirados, notou somente naquele momento que ainda trajava calças e um vestido transformado em blusa.

Desejando que ninguém a tivesse visto quando subiu para seu quarto, ela decidiu tirar a roupa.

Quando ia virar-se para se dirigir ao quarto de banho, uma silhueta surgiu não muito longe dali, na propriedade do palácio.
Um homem alto estava parado junto a uma árvore com um dos pés apoiado no tronco, ele parecia aguardar alguém.

A distância não permitia afirmar, mas Lauren teve quase certeza de que o homem agora virara o rosto na direção em que ela estava e sorriu.

Com o feito, a garota pôde ter um palpite de quem seria o misterioso.

Lembrava-se vagamente dele agora, com suas vestes de segunda mão e uma barba um bocado grisalha.

Rememorou quando pela primeira vez ele se apresentou a ela. No entanto, não vinha a sua mente o nome dele.

No impulso de querer relembrar-se do nome do indivíduo parado ali fora e descobrir o que o levou até o palácio, Lauren trocou-se rapidamente – pondo um vestido simples e soltando os cabelos – e desceu para ir ao seu encontro. Vagarosamente, caminhou para junto dele, vez ou outra, estreitando os olhos por conta da claridade solar.

Ao observá-la se aproximar o homem sorriu e fez uma cortês reverência, retirando a cartola e curvando o corpo um pouco para frente.

– Boa tarde, senhorita.

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