Sonho Nefasto

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Notas Iniciais: 

:)

   – Camila?! – A garota abriu os olhos por poucos segundos e voltou a fecha-los – Camila! – Dessa vez ela fora sacolejada brevemente, retirada de sua dormência.

Levou alguns instantes para que a vista dela se acostumasse com a claridade do dia. Sentia como se seus olhos estivessem tendo contanto com a luz pela primeira vez na vida. Quando finalmente conseguiu focar, enxergou o semblante de preocupação de Normani. Dinah estava ao lado dela, com a mesma expressão.

– O que aconteceu? – Murmurou ainda sonolenta.

– Você estava falando enquanto dormia. Chamando o nome dela.

Camila franziu o cenho, tentando se lembrar do que acabara de sonhar, mas pouca coisa voltou a sua memória.

– Não sei ao certo sobre o que foi. Mas pensei ter ouvido um barulho e um grito, foi tão real... Vocês não escutaram?

As duas se entreolharam e negaram com um gesto de cabeça ao mesmo tempo.

– Você estava dormindo, provavelmente foi um pesadelo.

Um pouco duvidosa, Camila se levantou e foi até a janela. Do lado de fora tudo estava tão calmo como antes de pegar no sono.

Era improvável que houvesse alguém por ali gritando ou fazendo um barulho ensurdecedor. As poucas horas que teve de sono tinham sido as piores. Parecia que cada pensamento pesava o dobro em sua consciência agora, fazendo-a se sentir impotente e cansada. Seu corpo reagia àquilo com ondas de calafrios e dores agudas, como se estivesse doente. Não lhe era muito estranha a ideia de que também pudesse estar sofrendo algumas alucinações. Seu estômago doía de fome e um calor começou a agonia-la, não demorou muito para que suas mãos começassem a suar frio. Uma febre estava prestes a emergir, pensou ela.

Para tentar aliviar aquela sensação desagradável, Camila se lavou e desceu para fazer a refeição com as outras. Passava das duas da tarde quando elas se sentaram para comer no espaço onde costumava haver várias pessoas se divertindo em mais uma noite tediosa de Oxfordshire. Normani havia preparado salsichas apimentadas e à base de ervas, acompanhada por um molho de cebolas, purê de batata e ervilhas. Era um dos pratos preferido de Camila, o aroma de tudo aquilo a deixara com um apetite voraz.

Por alguns minutos as três fizeram a refeição sem dizer uma palavra, mas logo entraram numa conversa sobre como retirar suas coisas do casarão. Dinah sugeriu que fossem até lá em uma noite a qual os Marqueses não estivessem e apenas pegassem tudo o que precisavam, mas Normani tinha outra ideia em mente.

– E se pedíssemos a ajuda de Alexander? – falou servindo mais sidra nas três taças quase vazias postas sobre a mesa – Digo, ele é seu irmão, ei de ficar do seu lado nessa confusão toda.

Camila apenas concordou em silêncio. Apesar de necessitar de suas roupas e outros pertences que ainda jaziam sob o mesmo teto que sua mãe, não queria ter que voltar lá tão cedo. Por isso a ideia de Normani lhe era mais conveniente. E mesmo estando temerosa sobre Alexander de fato estar ao seu lado ou não naquele momento, gostaria de arriscar. A reflexão a fez lembrar que não o tinha visto em casa no dia de sua expulsão. Começara a imaginar agora se ele já sabia de tudo e como teria reagido diante das verdades distorcidas que Sinu o contara, se é que ela contou alguma verdade para o filho.

– Posso ir até a cidade mais tarde procurá-lo. Não vai ser difícil encontrá-lo em alguma taverna.

– Nós iremos com você.

– Não há necessidade, Normani. Não ei de demorar, será apenas uma conversa rápida com ele.

– Não é o momento de pensar em fazer as coisas sozinha, Camila. Sei que não estás tão bem e também não é seguro sair por aí sozinha, ainda mais a noite.

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