O Piano

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Notas Iniciais: Halooo pessoal! Desculpem a demora pra aparecer aqui, mas não me apedrejem, estou doente e só pude vir publicar agora. 

Boa leitura!!


Camila Point of View

O ar pesado e frio cantava nos meus ouvidos. Pude sentir uma gota de suor escorrer pelo canto do meu rosto, por causa dos esforços que havia feito agora pouco.

Esquivei-me de mais um golpe de Alexander.

Nós estávamos praticando esgrima. Meu irmão queria treinar um pouco, pois teria um grande duelo no próximo dia e como não havia ninguém para tal feito, pediu minha ajuda.

De início minha conduta me exigira que eu pensasse em recusar tal pedido, porém acabei cedendo. Afinal, que mal teria? Isso é um hábito nosso. Praticar esgrima com Alex se tornara um passatempo divertido para mim. E o fazíamos com frequência, sem nossa mãe saber, obviamente.

Estávamos ambos com os floretes direcionados um para o outro. Percebi que um sorriso eclodiu em seu rosto, e o mesmo levou a mão livre até os cabelos colocando alguns fios para trás. Deslizei ligeiramente o olhar para sua compostura e vi que seu tronco estava caído para frente. Isso lhe daria certa inferioridade, tornando seu ataque mais lento.

Este era o momento exato para realizar meu lance final. Quando estava prestes a atacá-lo, fui interrompida por uma voz distante.

– O que pensa que está fazendo garota? Pare já com isto! – gritou minha mãe, enquanto subia com dificuldade, por causa dos saltos, a parte mais alta do campo onde nós estávamos – Onde já se viu! Uma garota lutando esgrima! E ainda por cima com estas vestes – disse com desdém, apontando para a camiseta de manga comprida, a calça e as botas que eu usava.

– Não estou lutando, minha mãe. Apenas praticando. Não ousaria entrar em uma de verdade com Alex, ele é muito bom. Embora estivesse prestes a ser golpeado – sorri.

Nós trocamos olhares cúmplices e ele retribuiu o sorriso.

– Pode ficar despreocupada minha mãe, ela estará inteira quando terminarmos – assegurou.

Quando terminarmos! De jeito nenhum. Venham já para dentro e se preparem, temos de ir a um lugar.

Antes que pudéssemos perguntar qualquer coisa, minha mãe se afastou a passos ligeiros.

– Para onde será que ela nos levará desta vez?

– Não faço a menor ideia – disse voltando para minha posição anterior e ele fez o mesmo – Espero que não seja outro pretendente.

Meu irmão sorriu. 

– Não. Acho que ela já parou de tentar arrumar um pretendente para você.

Tais palavras fizeram-me começar a pensar na possibilidade daquilo ser verdade.

Minha mãe sempre tentava me insinuar para algum Conde ou rapaz de família nobre, afinal, eu teria de ter um bom casamento e só meus pais poderiam escolher o homem certo.

Porém, digamos que não funcionava muito bem, já que eu não facilitava em nada. Nunca tive interesse em nenhum que aparecera até hoje. Geralmente eles vinham até minha casa e nós conversávamos um pouco. No final, eles sempre iam embora, pois me achavam um tanto quanto tediosa demais, mesmo que o dote oferecido por papai fosse consideravelmente satisfatório.

Sei que é errado e que poucas jovens pensam da mesma maneira que eu, mas não estou disposta a viver submissa a nenhum homem, muito menos casar-me tão cedo.

The Royal SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora