Declínio

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Notas Iniciais:

Haloo pessoas! Vou falar muito aqui não que é pra vocês aproveitarem o capítulo.

Nos vemos lá em baixo.

Boa leitura!



O final da madrugada daquele dia transcorrera sem muitas preocupações. Já se podia ver traços avermelhados indicando o alvorecer quando as levei em segurança para suas residências. Quanto a mim, continuei a caminhar pelas ruelas, vendo um ou outro deixarem as tabernas embriagados demais para suportar a claridade do sol que logo aparecia.

Minhas mãos enfiadas no bolso da calça davam-me a sensação de segurança e à medida que andava e chegava mais perto de casa, sentia-me apreensivo. Não era de tamanha intensidade o que me rodeava, mas ainda assim, trazia uma grande preocupação.

Eu, que não demorei a chegar, parei diante da casa. Olhei para o pequeno casebre no qual morava e uma das janelas entreaberta me chamou a atenção.

Estranhei a princípio, mas sem desconfiar que o que estaria prestes a acontecer me surpreenderia muito. Quando entrei, Samuel se encontrava parado diante da janela contemplando a vista para a pequena rua com o sol ainda tímido aquecendo sua tez alva e seus razoáveis cabelos ruivos, que balançavam junto a brisa.

Houve um momento de silêncio antes que eu me pronunciasse.

– Ora, que bom revê-lo. Tive certeza que pude pressentir sua vinda. – menti, na tentativa de entender o porquê de não tê-lo visto, quando na verdade era ele que estava por trás da janela entreaberta.

– Creio que não há uma relação entre o que sentes agora com minha presença aqui, Ariel. – disse Samuel virando-se para mim mostrando sua feição cansada, porém, com o ar mais tranquilo e de voz vigorosa – Sabe... como consegues agir normalmente como se nada estivesse acontecendo? Seja sincero e diga-me, como convive com tudo isso tão normalmente?

Dei-me uma pausa antes de responder. Cheguei até a fugir do olhar que recebia do outro, francamente... tudo o que passava por minha mente era uma total confusão e ele sabia. Sabia pelo jeito que eu me comportava e pela forma como eu agia, mas ainda assim tentei minimizar isso com uma resposta curta, mas sincera como me pediu.

– É o que sinto que devo fazer.

– Estás certo disto? – quis saber Samuel.

Levantei o olhar em surpresa, mas o questionamento pairou no ar.

– Tens certeza de que o que sentes na verdade não é culpa?

– Por que perguntas isto?

O anjo ruivo olhou pela janela e suspirou intensamente. – Você sabe o porquê... Mas não é isso que você deveria estar se perguntando. – Samuel falou, em seguida se pôs defronte a mim – Esteja pronto Ariel, muitas coisas irão acontecer. Vim para lhe avisar que o Mestre quer vê-lo hoje.

Ele não dissera mais nada e a partir daquele momento passei a fitá-lo tentando entender muita coisa, mas ouviu-se duas batidas baixas e furtivas na porta da frente e no instante em que lancei o olhar para a mesma, ao retornar para meu amigo, ele já não se encontrava mais lá.

Embora naquele instante tivera eu concluído que aquela conversa não chegou ao fim, adiantei-me em abrir a porta para novamente me surpreender.
Não havia ninguém lá. Havia sim, um pequeno pedaço de papel. Não era uma carta, mas parecia delicada como tal, e seja dito de passagem, só tinham tais palavras escritas com uma caligrafia muito minuciosa:

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