Confluência de Caminhos

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Notas iniciais: Haloo pessoas! Como estão? Finalmente voltei hehe Por saber que estão interessados em ler o capítulo e não em minhas desculpas, vamos direto ao que interessa.

Vejo vocês lá em baixo! 

Boa leitura!!


   Como sempre, se olharam de uma forma profunda.
Camila aproximou-se da outra a passos relutantes. Sem desviar o olhar tocou suavemente o rosto da sua amada com as pontas dos dedos, depois os braços, até chegar nas mãos dela. Repousara suas carícias ali por um tempo, passando a observar a feição de agrado da garota. Por fim, cederam a um beijo sofrido.

Aquele parecia ser diferente dos outros. De fato, era. E ambas sabiam. Carregado de desespero, medo e uma saudade premeditada que lhes doíam o peito.
Inertes por desejarem viver naquele beijo para sempre, largaram os lábios uma da outra apenas quando um ardor havia em seus pulmões pela falta de ar.
Assim, juntaram as testas ainda de olhos fechados, enquanto um filete de lágrima escorria pelo rosto da jovem vestida de noiva.

– Não chores, meu amor... – sussurrava Camila, limpando as lágrimas de Lauren – Ainda temos uma chance, só precisas vir comigo...

– Minha vontade é tão grande quanto a sua... – murmurou colocando a mão sobre a da amada que descansava em seu rosto pálido – Mas sabes que não posso.

Embora já as tivesse ouvido antes, daquela vez as palavras doeram de uma forma especial. Fora como um golpe no estômago de Camila, rápido e firme – por um instante achou que perderia todas as forças e cairia ali mesmo. Sua mente estava bagunçada. Sentia vontade de gritar, chorar, um nó se formara em sua garganta. Ela teve de desviar o olhar e virar o rosto para evitar que a garota a visse de olhos marejados.

Não havia mais tempo para elas. E o fato era que nenhuma entendia como as coisas desandaram tão depressa. Lauren estava prestes a se casar com um tal de Conde Lafayette – o qual Camila nada conhecia –, apenas sabia que os duques exigiam que Lauren se casasse com ele e se mudasse permanentemente para a França.
Era óbvio que Camila se culpava. Talvez se tivesse tomado a decisão correta de contar a Lauren sobre seus verdadeiros pais desde que soubera, elas não teriam que ceder as ameaças de Sinu e dos Duques.

Camila batalhava contra si mesma para não desaguar tudo o que precisava por ter seu amor interrompido. Mas não demonstraria fraqueza diante da situação, teria de ser forte, mesmo que aquilo lhe trouxesse uma dor insuportável. Não havia mais o que fazer.

Ainda de costas, ela não se permitiu dar uma última olhada naquela que tanto amava, pois se o fizesse, sabia que não conseguiria aguentar o impulso de cometer uma besteira ainda maior. Já arriscara demais indo até lá. Teria de deixar tudo seguir, por mais que sua vontade fosse de levar Lauren para longe de tudo, ela não podia... Não podia agir como se a vida de duas pessoas inocentes não estivesse em risco. Então apenas deixou o quarto. Sem dizer uma última palavra.

Do lado de fora, o badalar do sino da igreja ecoava pelas redondezas da cidade. Ariel acordara no gramado de uma praça minúscula com o som estridente latejando em sua cabeça – mal conseguia pensar direito. A claridade era incômoda, mas aos poucos ele foi conseguindo se levantar, recobrando a consciência. Quando seus olhos se acostumaram com a luz forte do sol, ele pôde identificar onde estava. Fazia algum tempo que não ia àquela parte da cidade próxima ao riacho, mas recordava-se da última vez que estivera por lá, ainda como anjo.

Apesar de tudo aparentar estar correndo normalmente, a situação toda era muito estranha. Afinal, ele não tinha ideia de como fora parar naquele lugar, nem o porquê de estar caído no chão. Será que tinha batido com a cabeça? Se sim, por que ninguém o ajudara? Haviam pessoas a andar na rua, e ainda era visível uma movimentação grande na frente da igreja. Não tinha certeza se era domingo, nunca vira aquele lugar agitado daquele jeito nos dias de semana. Por isso se aproximou mais para tentar entender o que acontecia.

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