"Cap.35 - A mágoa do lobisomem e o beijo do dementador"

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Boa leitura <3

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Bichento saiu correndo à frente e apertou, evidentemente, o nó do tronco do Salgueiro com a pata pois Lupin, Pettigrew e Ron subiram calmamente até o gramado sem haver ruídos perigosos de galhos.

Os jardins estavam muito escuros; as únicas luzes vinham das janelas miudas e distantes do castelo. Eles começaram a andar calados, apenas Pettigrew choramingava baixinho.

A cabeça de Harry estava trabalhando com muita pressa que chegava a zumbir. Ele ia deixar os Dursley. Ia morar com Sirius Black, o melhor amigo dos seus pais, e talvez, até mesmo, com Draco... Sentia-se atordoado... Que iria acontecer quando dissesse aos Dursley que ia morar com o preso que tinham visto na televisão?!

- Um movimento errado, Peter... - ameaçou Lupin apontando sua varinha para o peito trêmulo de Pettigrew.

Em silêncio, eles avançaram pelos jardins, as luzes do castelo iam crescendo assim que se aproximavam dele. De repente, ouviram um movimento, e todos, inclusive Pettigrew, olharam para a direção do ruído. Snape aparecera.

- Ora, ora... Black. - ele falou, a varinha apontada para o citado, então virou a cabeça para Lupin. - Bem que eu disse ao diretor várias vezes que você estava ajudando o seu velho amigo Black a entrar no castelo, Lupin, e aqui tenho a prova.

- Não, Severus, você está cometendo um engano. - disse Lupin com urgência.

- Mais dois para Azkaban esta noite. - disse Snape, os olhos brilhando de fanatismo. - Vou ficar curioso para saber como é que Dumbledore vai encarar isso... Ele estava convencido de que você era inofensivo, sabe, Lupin... um lobisomem manso...

- Seu tolo. - disse Lupin com brandura. - Será que um ressentimento de criança é suficiente para mandar um homem inocente de volta a Azkaban?

- Tsc... inocente... - disse sem acreditar (e nem queria acreditar).

- Esse homem - Lupin apontou para Pettigrew com a mão livre. - é o único culpado dessa história.

Os olhos de Snape se espreitaram para Pettigrew. Ele se aproximou.

- Ele é Peter Pettigrew, Severus. - complementou Lupin.

- Peter Pettigrew está morto. - afirmou Snape contraindo os lábios.

- Ah, sim! - exclamou Black impaciente. - Está tão morto que chega a aparecer bem na frente dessa tua cara sebosa!

- Sirius... - ameaçou Lupin.

Snape girou nos calcanhares. Mesmo com a prova de que Pettigrew estava vivo, o professor estava louco para ter alguma razão para mandar Sirius Black a Azkaban, tal o ódio que sentia dele desde a época da escola.

- Tinha me esquecido que estava aqui, Black. - ele disse sem emoção na voz, a varinha ainda apontada a ele. - Terei de...

Então, uma nuvem se mexeu e sombras escuras surgiram no gramado. Todos se imergiram pela luz do luar...

A lua cheia refletia majestosamente nos olhos se Lupin cujas pernas enrijeceram.

- Ah, não! - exclamou Hermione. - Ele não tomou a poção hoje à noite. Ele está perigoso!

- Corram. - sussurrou Black. - Corram. Agora.

Mas Harry não queria e nem podia correr. Ron estava acorrentado a Pettigrew e Lupin. Harry deu um salto para frente, mas Draco o abraçou pelo peito e o puxou para trás.

- Não, Harry... - gemeu Draco tentando conter Harry. - Não faça isso. Ele está muito perigoso..

- Deixe-o comigo... - bradou Black - CORRA!

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora