"Cap . 81 - Horcruxes"

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Harry corria em disparada pelo corredor quando o efeito da Felix Felicis se passou. Tinha a lembrança de Slughorn em mãos, e a Capa da Invisibilidade sobre o corpo. Derrapou em frente à gárgula do escritório do diretor, dizendo "bombas de caramelo", e subiu a escada em espiral que se revelou a ele.

— Entre. — pôde-se ser ouvida a voz inconfundível de Dumbledore, que continha indícios de exaustão, e Harry se viu com a permissão de empurrar a porta. — Céus, Harry. — o diretor parecia surpreso. — A que devo este prazer tão tardio?

— Senhor... consegui. Consegui a lembrança de Slughorn.

Quando Harry mostrou o frasquinho a Dumbledore, o diretor pareceu, por um mísero momento, aturdido, foi só então que ele abriu um grande sorriso.

— Harry, que notícia espetacular! Muito bem! Eu sabia que você conseguiria!

Sem se importar com o horário, Dumbledore contornou a escrivaninha, pegou o frasco com a mão que estava boa — a outra, entretanto, estava escura e aparentemente podre desde o começo do ano letivo, por um motivo indecifrável — e foi até a Penseira.

— E agora — disse Dumbledore despejando o conteúdo do frasco na Penseira —, agora finalmente veremos, Harry, vamos...

    Embora soubesse, graças a Draco, o que eram as Horcruxes, aquela lembrança o atingiu como um choque no peito. Ele havia descoberto que Voldemort havia criado sete Horcruxes, duas aos quais já estavam destruídas, uma ao qual Dumbledore sabia onde já estava, e outra que vivia dentro do próprio Voldemort. A missão de Harry, então, era destruir o restante dessas Horcruxes se ele quisesse acabar com  Voldemort.

    Dumbledore sabia que o Medalhão de Slytherin, cuja localização era uma caverna, era uma Horcrux, e ele sabia que a Taça de Hufflepuff também era, embora não soubesse onde esta estivesse no momento. Ele também tinha o palpite de que Nagini, a cobra dele, fosse também.

    — Sem as Horcruxes — disse Dumbledore. —, Voldemort será um homem mortal, com uma alma mutilada e diminuída. Mas não se esqueça jamais que, embora a alma dele esteja irrecuperavelmente danificada, seu cérebro e seus poderes mágicos permanecem intactos. Serão necessários perícia e poder incomuns para matar um bruxo como Voldemort, mesmo sem as Horcruxes.

— Mas eu não tenho perícia e poder incomuns. — protestou Harry.

— Tem, sim. — a voz dele saiu-lhe firme. – Você tem um poder que Voldemort nunca teve. Você pode...

— Eu sei! — interpôs Harry impaciente. — Sou capaz de amar! — E, com extrema dificuldade, ele se segurou para não dizer "Grande coisa!"

— É, Harry, você é capaz de amar. O que, considerando tudo que lhe aconteceu, é um sentimento poderoso e notável. Você ainda é jovem demais, Harry, para compreender a pessoa extraordinária que você é.

— Então, quando a profecia diz que terei "um poder que o Lorde das Trevas desconhece", quer dizer apenas... amor? — perguntou Harry, um pouco desapontado.

— Isso mesmo... apenas amor. Mas, Harry, nunca esqueça que os dizeres da profecia só têm significação porque Voldemort fez com que tivessem. Eu lhe disse isto no final do ano passado. Voldemort destacou você como a pessoa que ofereceria maior perigo para ele; e, ao fazer isso, transformou-o na pessoa que ofereceria maior perigo para ele!

    No fim das contas, Dumbledore convidou Harry, depois de fazer um longo discurso sobre como o amor era crucial — Harry ainda se encontrava desapontado —, a caçar o Medalhão de Slytherin com ele, para que Harry pudesse ter a chance de destruí-lo.

    Entretanto, quando Dumbledore disse tudo o que tinha para dizer, Harry não ficou calado em relação à missão de Draco. Ele havia prometido que iria conversar com Dumbledore, porque Dumbledore não podia morrer, ele tinha que ajudar Harry a derrotar Voldemort, mas também tinha que deixar Draco seguro. E foi por isso que Harry disse:

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora