"Cap. 79 - O Banheiro"

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essa história é da autora; gema_escura, do spirit. todos os direitos são reservados a ela.

Boa leitura <3

Atrapalhado pela pressa, Harry atirou-se em rumo ao banheiro, espiando o Mapa de vez em quando para se atentar caso Draco resolvesse se retirar do lugar, mas o garoto apenas andava de um lado para o outro no banheiro. Às pressas, Harry derrapou em frente à porta de seu destino, colando o ouvido nela, mas não ouviu nada, sendo obrigado a empurrá-la silenciosamente.

    Draco Malfoy andava de um lado para o outro, afastando os fios prateados da testa demonstrando total apreensão. Ele não só se sentou no azulejo, como também cobriu o rosto com as mãos, de modo que seus cotovelos pudessem ficar apoiados em seus joelhos. O ruído de sua respiração ofegante era audível, assim como os passos de Harry, que se aproximava hesitantemente do garoto.

Bastou para que Draco erguesse a cabeça assim que percebeu que não estava sozinho.

    — Você vai, ou não, me contar o que está acontecendo com você? — a voz de Harry saiu-lhe clara. — Me conte o problema. Eu posso te ajudar.

No que se seguiu, Draco se levantou, os olhos vermelhos carregados de... raiva?   

— Ninguém pode me ajudar. — ele disse com uma voz estranha se aproximando lentamente de Harry, que hesitou com a aproximação brutal, que o fez ficar preso na parede, a gola de sua blusa sendo firmemente segurada pelas mãos trêmulas de Draco, que olhava profundamente em seus olhos verdes. — Você me escutou?! — perguntou tentando transmiti-lo medo. — Ninguém, muito menos você, pode me ajudar!

    Para o espanto de Harry, Draco levantou uma das mãos e bateu audivelmente no rosto do grifinório. Uma vez feito, Harry virou a cabeça na direção oposta sem que se desse conta, um arder começando a se espalhar em sua bochecha. Ouviu soluços fracassadamente contidos, e percebeu que os olhos de Draco estavam se transbordando em lágrimas.

    — Você vai me atacar, é? — perguntou com a voz trêmula pelo choro, os olhos fixos na mão de Harry, que segurava sua varinha; e foi só então que percebeu que a apanhara quando Draco havia o batido, sem que se desse conta, como se fosse um instinto pegar sua varinha quando era atacado. — Você vai? Me ataque, Harry. — pediu. — Por favor, me ataque; eu não quero mais sentir isso. Eu não posso mais fazer isso. Não vai dar certo...  — ele começou a chorar mais, mas aquilo não provocou seu silêncio. — Me ataque logo, Harry.

    — Não quero te atacar, Draco.

    Harry sentiu ser abraçado fortemente, o rosto de Draco afundado na curvatura do pescoço dele, chorando copiosamente, as lágrimas do loiro molhando as suas roupas da Grifinória. Sentia falta do toque, sentia falta do cheiro.

    — Eu te amo! — gritou Draco, o rosto ainda escondido no pescoço de Harry, o abraçando tão forte que chegava a doer. — Por isso que eu não vou te contar o que há de errado comigo porque você irá me odiar! — ele soluçou alto.

Draco não sabia o que estava acontecendo com ele, sentia raiva que Harry estivesse o seguindo durante todas aquelas semanas, mas também se sentia completamente infeliz que Harry estivesse se preocupando com ele, porque ele amava Harry tanto que às vezes sentia vontade de não existir. O corpo de Draco estremeceu, e ele empurrou o corpo, já colado à parede, de Harry para o azulejo. Mas Harry o segurou pelo pulso antes que Draco pudesse se retirar.

    — Eu não te odeio, e não vou te odiar. — afirmou Harry. — Draco, nós passamos por tantas coisas juntos. Nos conhecemos a quase dez anos atrás e eu, desde que te vi sentado naquele brinquedo do parque, seu rosto inocente demonstrando completa insegurança, eu me apaixonei. Eu ainda te amo, eu nunca deixei de te amar; contar o que está acontecendo com você não vai estragar todos esses nove anos de amor, Draco.

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora