"Cap. 80 - A Lembrança de Slughorn"

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Sorte... era isso que Harry precisava para conseguir persuadir o professor Slughorn! Ele precisava de sorte, e o único meio que ele conseguiria tal coisa era com a poção que o próprio professor lhe dera: a Felix Felicis.

Harry apressou-se a tirar do fundo do malão o minúsculo frasco cintilante.

Estavam no dormitório masculino da Grifinória, e, após se certificarem de que Dino, Simas e Neville não estariam presentes ali, o trio de ouro e prata resolveram se encontrar no lugar ao qual Harry aconselhara mais cedo, porque a conversa que ele teve no banheiro no dia anterior com Draco, durante ao qual eles mencionaram a tal sorte, havia lhe despertado uma sensação curiosa.

— Bom, lá vai! — exclamou Harry, tomando uma pequena dose, anteriormente medida, da poção.

— Qual é a sensação? — cochichou Pansy.

Ela não recebeu a resposta de imediato, porque havia nascido em Harry uma estranha sensação de euforia; sentia como se pudesse fazer qualquer coisa, sentia como se extrair a lembrança que Dumbledore tanto queria fosse a coisa mais fácil do mundo. O garoto se levantou tão rápido que todos recuaram com o susto.

— Excelente. Realmente excelente. Certo... vou até a cabana do Hagrid.

Quê!? — exclamaram os cinco ao mesmo tempo, todos perplexos.

A verdade era que, mais cedo, Hagrid pedira para que os seis fossem visitá-lo porque Aragogue, sua aranha gigante de estimação, havia morrido, e ele queria fazer um enterro na presença deles.

— Não, Harry: você tem de ir ver o Slughorn, lembra? — disse Hermione.

— Não, tsc. — respondeu ele, soava quase risonho. – Vou à cabana do Hagrid, este pensamento produz em mim uma sensação boa.

— Pensar em enterrar uma aranha gigante produz em você uma sensação boa? — perguntou Blaise.

— Produz. — respondeu Harry. — Sinto que é o lugar onde devo estar hoje à noite, entendem o que quero dizer?

— Não! — exclamaram todos ao mesmo tempo, preocupados.

— Isto aqui é a Felix Felicis, presumo? — perguntou Hermione, segurando o frasco contra a luz e examinando o conteúdo que havia sobrado. – Você não apanhou outro frasquinho cheio de... sei lá...

— Essência de Insanidade? — sugeriu Ron.

    — Ou talvez uma Poção do Amor? — brincou Blaise.

    Ron e Hermione olharam para ele, e viram que Harry e Draco estavam se beijando loucamente. Talvez Harry devia ter se animado demais ao ponto de beijá-lo, e Draco havia cedido sem reclamar. Deixaram os dois sozinhos, voltando as suas atenções ao frasco, mas quando os dois caíram distraídos na cama de Neville, Pansy se aproximou:

    — Agora chega, não quero isso aqui, vocês fazem isso depois. Harry — o olhar dela parou no garoto, que a encarou como se nada tivesse acontecido. —, você vai falar com Slughorn agora!

Mas, para a surpresa dela, Harry deu uma risada.

— Já disse: vou ir para a casa do Hagrid. Confiem em mim. Sei o que estou fazendo... ou pelo menos... — ele apanhou sua Capa da Invisibilidade da mochila. — a Felix Felicis sabe.

Ele bateu a porta quando se retirou, invisível, e todos os olhares pararam em Draco.

    — Que foi? — disse o garoto. — Nós sentimos a falta um do outro.

Harry desceu as escadas e passou pela abertura do retrato sem muita dificuldade, e sem nenhuma interrupção, já que ninguém podia vê-lo. Não encontrou ninguém no caminho, o que era o esperado: ele se sentia a pessoa mais confiante do mundo.

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora