"Cap.01 - O menino loiro"

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essa história é da autora; gema_escura, do spirit. todos os direitos são reservados a ela.

Boa leitura <3

Ano de 1987

Não podiam voltar muito tarde, mas também não podiam voltar cedo demais.

Harry tentava, ao máximo, se divertir, apesar de ter de evitar Dudley, seu primo, toda vez que ele chegava perto demais. Mas Harry não podia perdê-lo de vista porque, caso Dudley resolvesse voltar para casa, Harry teria de ir com ele, ou tia Petúnia o trancaria no seu armário debaixo da escada por vinte e quatro horas seguidas, comendo quase nada.

E Harry não comia muito; ele parecia uma criança doente e sem nutrientes. E era verdade. Harry, agora, estava no balanço embora não balançasse alto como as outras crianças no parque, pois estava ocupado procurando pelo primo com o olhar.

As crianças no parque evitavam Harry, pois o pequeno Potter, além de ter um corpo ossudo, sempre andava com roupas quatro vezes mais largas do que ele, com os cabelos sujos e bagunçados, e óculos constantemente quebrados, apesar de Harry sempre remendá-los com fita adesiva.

Achavam que ele era um mendigo, exceto Dudley, que o tratava como um saco-de-pancadas.

Harry estava tremendo de frio. A brisa gelada e congelante passava constantemente sobre o corpo fraco de Harry que, mesmo usando com roupas largas, sentia frio, pois as vestes que vestia eram tão frias quanto o vento.

Ao ver Dudley e seus amigos tontos se aproximando do balanço em que estava Harry, o Potter se apressou a sair, expulsando, mesmo sem querer, as crianças que estavam por perto, já que as mesmas o evitavam, já que achavam que Harry tinha uma doença.

Harry, no entanto, se adiantou até o gira-gira e se sentou, ignorando o fato do assento do gira-gira estar tão gelado quanto um cubo de gelo. O Potter viu, então, Dudley e seus amigos se aproximarem do balanço em que estava e começarem a balançar com animação. Harry se sentiu angustiado.

Era verdade que Harry estava morrendo de frio e fome; ele queria fazer de tudo para voltar para a casa. Não para a casa da sua tia, mas para a sua casa, a casa em que seus pais moravam antes de morrerem. Sentia saudade de sua casa mesmo não tendo lembranças quaisquer de lá.

Harry, às vezes, sonhava com uma mulher muito bonita, com os cabelos cor de fogo, que cantava músicas de ninar para ele enquanto o pequeno estava em seu cobertor quente.

Harry não sabia se aquilo era real, ou se aquilo tinha realmente acontecido, mas ele faria de tudo para voltar para os braços de sua mãe. Quente, sem fome, com sua família verdadeira.

Então, Harry se assustou. Repentinamente, um garoto louro, mais ou menos da mesma idade que a dele, apareceu no mesmo gira-gira que ele. O garoto parecia tímido, nem pareceu perceber que Harry estava em sua frente. Harry começou a respirar rápido: nenhuma criança havia chego tão perto de Harry como aquele garoto. Além de Dudley, claro.

- Hum... olá...? - arriscou Harry com medo.

O garoto olhou para frente na mesma hora, e viu Harry.

- Oi. - respondeu numa voz baixa.

- Hum... você não vai correr? - perguntou Harry, angustiado.

O garoto olhou para Harry com interesse, sem entender.

- O quê? - perguntou o garoto franzindo o cenho.

- Perguntei se você não vai correr.

- Por que eu correria?

- Porque as outras crianças correm de mim. Acham que sou estranho.

- Você não me parece estranho. - respondeu o garoto loiro na mesma hora.

Harry olhou para os olhos cinzas do menino a sua frente com interesse.

- Hum... - começou o loiro. - eu sou Draco. Draco Malfoy. - e sorriu estendendo a mão.

Harry hesitou.

- Você vai me bater? - perguntou o Potter temendo que a mão estendida fosse machucá-lo.

- Por que eu faria isso? - perguntou Draco com simpatia, ainda com a mão estendida.

- Porque as pessoas só tocam em mim para me machucar.

Draco sentiu um nó na garganta, estava com pena do garoto moreno a sua frente.

- Não vou te bater. - respondeu sorrindo. - Eu juro.

Harry, percebendo o quão sinceras aquelas palavras soaram, estendeu a mão e apertou a de Draco, sorrindo ao sentir a temperatura quente da mão do outro.

- Você tem a mão gelada. - comentou Draco depois que apertaram as mãos, esquentando a sua própria sobre o casaco estranho que usava.

- É eu sei. É que estou com frio. - respondeu Harry.

Então, de supetão, um vento gélido passou por eles e, involuntariamente, Harry se encolheu, apertando as pernas enquanto tremia.

- Hum... olha... quer que eu empresto meu casaco para você? - perguntou Draco se levantando do gira-gira e se aproximando de Harry.

- Você não vai sentir frio? - perguntou Harry preocupado.

- Ah, não. Mamãe me encheu de roupas. Estou suando. - respondeu tirando a jaqueta em que acabara de esquentar a mão; entregou-a, no entanto, a Harry que, hesitando a pegou e a vestiu.

Harry, ao sentir a temperatura quente do casaco de Draco, suspirou de alívio e deu um sorriso prazeroso.

- Nunca usei algo tão quentinho assim. - comentou o moreno abraçando seu próprio corpo.

{...}

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bjs, saah

💋

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora