"Cap.87 - O elfo livre"

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O estalo de Dobby, entretanto, foi ouvido no andar acima, e, consequentemente, seguido por um grito vindo de Lucius Malfoy:

    — Que foi isso? Vocês ouviram? Que barulho foi esse no porão? Rabicho! Cadê você? Vá verificar o que aconteceu lá embaixo.

    Quando eles ouviram passos acima de suas cabeças, fez-se silêncio, enquanto Harry e Ron se entreolhavam assustados.

    — Vamos tentar imobilizá-lo. — sussurrou a Ron.

    — Para trás. — ouviram a voz de Rabicho. — Afastem-se, vou entrar.

    Por um segundo, ou dois, Rabicho poderia muito bem ter aberto a porta, olhado ao redor, e a fechado atrás de si, mas foi só então que uma luta começou no momento em que Harry e Ron vieram em sua direção, obrigando-o a não conseguir mover a varinha e nem produzir som, já que Harry tampava sua boca. Porém, em contrapartida, a mão prateada de Rabicho fechou-se no pescoço de Harry, o enforcando.

    — Você vai me matar? — perguntou Harry com dificuldade. — Depois de eu ter salvo sua vida? Você me deve isso, Rabicho.

    E foi inacreditável sentir os dedos do homem se afrouxando de seu pescoço. Harry arregalou os olhos, porque era plausível que ele não estava esperando por aquilo. Rabicho também o fez, mas em medo, porque agora a mão prateada apertava seu próprio pescoço.

    — Não! — gritou Ron.

    E, juntos, Harry e Ron tentavam arrancar os dedos de metal que estrangulavam o bruxo, mas aquilo não adiantava em nada, a julgar que o rosto de Rabicho ficava mais roxo a cada instante.

    — O que foi isso? — ouviram Lucius gritar mais uma vez. — Rabicho?

    Mas o homem não tinha nem condições de responder, nem Ron e Harry, que poderiam muito bem se passar por Rabicho, tentando imitar sua voz, mas eles estavam tão concentrados em tirar seus dedos do pescoço dele que nem se deram ao trabalho de fazê-lo.

    — Relaxo! — ordenou Ron assim que pegou a varinha de Rabicho, apontando-a para a mão, mas nada aconteceu.

    — Draco. — ouviram Lucius. — Vá ver o que está acontecendo.

Quando Rabicho caiu de joelhos, eles ouviram Hermione gritar de pavor no andar de cima, e foi no instante que Rabicho deu sua última estremecida, caindo no chão imóvel, que Draco parou de descer as escadas do porão, olhando ora para Harry e Ron, ora para o corpo morto de Rabicho, chocado.

    Ele terminou de descer as escadas e parou em frente às grades da porta.

    — Que aconteceu? — cochichou em choque.

    — Morto. — respondeu Ron, e Draco engoliu em seco.

    — Vamos, vou soltar vocês.

    Draco tirou uma chavinha do bolso e destrancou a porta. Mas nem Harry e nem Ron se moveram; encaravam Draco ao invés.

    — Vamos. — insistiu Draco.

    — Se nós formos — disse Harry. —, todos vão desconfiar que você nos soltou.

    — Então me estuporem antes de sair. Eles vão deduzir que vocês conseguiram me atacar.

    A voz demonstrava tranquilidade demais para uma situação como aquelas.

    — Me estuporem. — repetiu. — Oras, não é tão difícil.

    — Nós não vamos te estuporar. — disse Ron, olhando para Draco como se ele fosse maluco.

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora