"Cap.86 - A Chantagem"

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Por trás dos olhos inchados pelo feitiço de Hermione, Harry pôde enxergar portões com grades de ferro mais à frente quando eles desaparataram da floresta. Harry, Ron e Hermione se debatiam dos Comensais da Morte, que os arrastavam até lá, o coração de Harry pulando para seu pomo-de-adão.

Voldemort não estava lá, e Harry sabia disso, ele podia sentir, o que tornou a situação um pouco menos tensa. Quanto tempo, assim, ele levaria para chegar na Mansão Malfoy quando seus seguidores chamarem por ele?

— Que é isso? — ele ouviu de uma mulher quando Greyback balançou os portões, de modo que alguém pudesse saber que eles já estavam lá.

— Capturamos Harry Potter. — disse o lobisomem. — Sei que o rosto dele está inchado, mas é ele! Verá a cicatriz se olhar mais perto. A sangue-ruim veio com ele, e também trouxemos a varinha deles.

Nisso, uma vez sentindo seu rosto relaxar um pouco mais, seus olhos abrindo com isso, ele conseguiu ver Narcisa Malfoy olhando-o, e o modo pelo qual ela ergueu as sobrancelhas fez Harry estremecer.

O portão se abriu.

— Sigam-me. — disse Narcisa, à frente, quando Harry tornou a ser empurrado por Greyback. — Meu filho, Draco, está em casa passando as férias da Páscoa. Se for o Harry Potter, ele saberá.

Harry tremeu um pouco mais.

Draco estava lá, não em Hogwarts, ele iria ver Draco...

Ao mesmo tempo que a idéia era um tanto reconfortante, era também agonizante, porque Harry não entendia o porquê de Narcisa, que sempre se mostrou muito amigável, ter aquela voz fria. Além disso, por mais que seu rosto estivesse drasticamente modificado, Draco o reconheceria, e com certeza falaria que ele não era Harry Potter. O que os Comensais da Morte fariam com ele ao saber que ele estaria mentindo?

O barulho da porta fechando atrás de si foi o que fez ele voltar ao mundo.

Na mansão havia um grande lustre de cristal no teto, retratos nas escuras paredes, e Harry viu duas pessoas levantarem-se de poltronas que ficavam diante da lareira.

— Que é isso? — a voz de Lucius Malfoy foi como um arrepio na espinha.

Narcisa não estava mais à sua frente, mas estava agora ao lado de Draco Malfoy, conversando baixinho com o rapaz.

A pele pálida, a cabeleira loira-branca, os olhos cinzas tempestuosos ficando mais sombrios a cada segundo, Draco Malfoy saiu de perto da mãe, e se inclinou na direção de Harry.

Sua boca tremia, o brilho nos seus olhos era desesperador, mas Harry não podia falar nada para acalmá-lo, senão ele entregaria sua identidade.

— Então, Draco? — perguntou Lucius. — É ele? É o Harry Potter?

— Não tenho... não tenho muita certeza. — respondeu a voz trêmula de Draco, que parecia estudar cada canto do rosto de Harry.

Harry não sabia o que fazer. Era claro que Draco havia o reconhecido, mas ele havia mentido. E agora o maior medo de Harry era saber que os outros não haviam acreditado nele.

E foi exatamente isso o que aconteceu.

— Ora, Lucius — exclamou Bellatrix, impaciente. —, é claro que Draco não irá contar a verdade! Ele andou sendo muito amiguinho de Potter durante esses anos, é claro que ele não falaria que é ele! E eu tenho certeza que é! — ela gritou. — É Harry Potter!

— É melhor temos certeza, Bela. — disse Narcisa à irmã. — Certeza absoluta de que é Potter, antes de chamarmos o Lorde das Trevas.

— Então olhe com atenção, Draco — exclamou Lucius ao filho. —, chegue mais perto!

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora