O Menino loiro do Parquinho

"Cap.21 - O dementador"

essa história é da autora; gema_escura, do spirit. todos os direitos são reservados a ela.

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Boa leitura <3

É claro que Harry era gay.

Draco se lembrava muito bem da troca de beijos que tiveram na Torre de Astronomia no ano anterior.

Harry era gay, sim... por Draco.

Se ele não fosse... então por que Harry sempre corava quando via Draco piscar para ele nos corredores? Por que Harry tinha a vontade de beijar Draco?

Draco sabia que Harry sempre quis beijá-lo - embora Harry achasse errado -, então por que Harry não queria admitir? Ele acha que é algo errado gostar de alguém do mesmo sexo? pensava Draco. Por que?

Mesmo sendo amigo do Menino-Que-Sobreviveu, de um "traidor do sangue" e de uma "sangue-ruim", Draco não deixava de ser um Malfoy... e nem um Black. Draco havia desenvolvido seu lado malandro nas últimas férias e ele sabia disso. Ele até tentou enfrentar o pai cara-a-cara mas sua mãe o proibiu.

Draco devia ter herdado o lado malandro de Sirius pois queria tanto provocar Harry. O loiro sabia que Harry gostava dele e não queria admitir, então criou um plano e, ao ouvir a voz familiar de Harry atrás de si, ele percebeu que estava pronto para botá-lo em prática.

- Malfoy! - chamou Harry.

Havia acabado de sair da cabine que estava Harry, Ron, Hermione e Prof. Lupin, quando o moreno já quis chamá-lo de volta.

Harry chamou-o pelo sobrenome como se fossem rivais pois eles estavam no corredor do Expresso de Hogwarts e, caso alguém os tivesse o ouvindo, Harry já teria se prevenido.

Draco se virou sem pressa e se assustou ao ver que Harry estava perto demais dele, cobrindo-o com sua Capa, para que ambos ficassem invisíveis.

- Abaffiato. - disse Harry com a varinha na mão, lançando o feitiço silenciador a volta deles. - Hum... Draco... - começou ele, percebendo que ninguém além deles poderia ouvi-los. - eu estava pensando... desculpe se eu for indelicado, mas, eu fiquei pensando sobre o que você disse lá na nossa cabine e... Draco, você é gay?

Os olhos de Draco brilharam e, por mais que Harry encarasse suas íris claras com nitidez sem parar, o moreno não percebeu o brilho nos olhos alheios que surgiram pois Draco estava pronto para fazer o que queria: provocar Harry.

- Sou. - respondeu Draco com a voz controlada.

Harry parou por um segundo. Draco estava dizendo aquilo de um jeito tão simples e calmo. Será que ser gay não era uma coisa ruim? Então por que Dudley chamara Harry de "gayzinho de merda"?

- Então... - continuou Harry sem saber o que dizer. - você gosta de garotos.

- Não "gosto de garotos" - corrigiu Draco quase imediatamente. - gosto de... um em especial.

Estava falando de mim, não estava? pensou Harry com o estômago pulando. Ele está se referindo a mim, não está?

Harry, sem saber o porquê, deu um pequeno sorriso com a ideia, e Draco percebeu que seu plano estava indo pelo caminho certo.

Contudo, Draco deu um passo para frente, se aproximando de Harry que, mesmo sem saber o que era aquilo, sentiu um arrepio entre as pernas.

Estavam tão perto; faltava pouco para selarem seus lábios num beijo. Harry sentia vontade de beijá-lo, e isso fazia parte do plano de Draco que mexeu sua cabeça, levemente, de um lado para o outro, roçando seus lábios dolorosamente.

- Mas... - continuou Draco num sussurro, sentindo a respiração ofegante de Harry sobre seus lábios. - infelizmente... o garoto em que estou afim não é... como eu, sabe? - perguntou com um tom de sarcasmo na voz, o que passou despercebido por Harry.

Draco, ainda colado no corpo alheio, ajeitou a franja bagunçada na testa de Harry e levou sua própria mão para o queixo do moreno, encarando aqueles lábios convidativos sem parar.

- Ele disse, - continuou o loiro sem desviar o olhar da boca do grifinório. - a alguns minutos atrás, que não sente atração por garotos, entende? Que não era homossexual... então... - Draco deu de ombros, como se estivesse decepcionado com o que acabara de falar. - Adeus, Harry. - assim, girou nos calcanhares, saiu de baixo da Capa, e andou até a sua cabine, com um sorriso no rosto (Harry não percebeu que estava sorrindo); deixando um Harry invisível, vermelho, vulnerável e apaixonado para trás.

- Olá, Harry... hum... por que a demor- ? Harry, por que está tão vermelho?!

Havia acabado de ver Draco desaparecer na cabine onde Crabbe e Goyle se localizavam, e Harry resolveu voltar para o lugar em que estava seus amigos.

- Não é nada, Ron - respondeu Harry se sentando. Ron deu de ombros, mas Hermione sabia que ali tinha coisa, e ela queria descobrir.

A chuva começou a engrossar assim que o trem avançava ao norte; o trem sacodia, a chuva respingava no vidro e o vento cantava, mas o professor Lupin continuava dormindo. Porém, o trem começou a reduzir a velocidade; Ron achou que estavam chegando mas Hermione, que consultava o relógio, percebeu que não estavam na hora de chegar. Então o trem parou de andar.

- Vocês acham que o trem enguiçou?

- Não sei...

- Tem alguma coisa se mexendo lá fora. Acho que está embarcando gente no trem...

Entraram Neville e Ginny dentro da cabine que, naquele momento, ficou escura. Começou uma bagunça dentro da cabine, todos falando muito alto, exceto Prof. Lupin, que havia acabado de acordar.

- Silêncio! - ordenou a voz rouca do professor.

O final da história? Harry foi atacado por um dementador. E todos ficaram preocupados com ele pois Harry havia desmaiado, deixando-o envergonhado com o fato de ser o único a ter desmaiado. Lupin deu um pedaço de chocolate a Harry, e todos chegaram a Hogwarts seguros.

- Você desmaiou, Potter? Longbottom está falando a verdade? Desmaiou mesmo, é? - perguntou uma voz familiar. Harry se virou e viu Draco e seus capangas se aproximando; ignorou-o.

Harry, então, se pegou se perguntando quando é que a cura do caso de Draco finalmente estaria pronta, percebendo que, para saber isso, ele teria perguntar a Dumbledore. Aliás, já haviam se passado três anos desde que começaram a preparar a cura e, quanto mais rápido ela ficar pronta, melhor.

Que ano eles teriam para frente...

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bjs, saah

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