"Cap. 82 - A morte na torre de Astronomia"

12 1 0
                                    

Draco se esforçou ao máximo nos dias seguintes.

Não queria matar Dumbledore, e nem tinha condições para realizar tal ato. Mas ele não tinha escolha, tinha que tentar.

Seu desespero era mais do que plausível.

Conforme o tempo passava, Draco ficava pior - ele estava mais pálido, mais magro, e as olheiras sob os olhos eram frutos de todas as noites em claro.

Ia para a Sala Precisa todo o dia, já tinha um plano, afinal: consertar o Armário Sumidouro cuja localização da irmã era na Borgin & Burkes, assim ele poderia trazer Comensais da Morte para dentro do castelo, o que fazia total desacordo com seu gosto.

Ao mesmo tempo que torcia para que desse errado, ele torcia para que desse certo.

Não sabia o que pensar, porque ele amava a sua mãe, e ela poderia estar, muito provavelmente, no mesmo lugar que Lorde Voldemort. Estremecia sempre que se lembrava; queria que sua mãe estivesse e ficasse bem depois que tudo aquilo acabasse.

Eram dois pólos diferentes: ou Dumbledore morto, ou Narcisa morta - então como queria que sua mãe ficasse viva, porque ela era sua única família (não considerava Lucius como seu pai), ele se via sem saída senão cumprir a missão.

Estava quase lá, quase, apenas precisava de mais tempo, de mais coragem.

Harry o apoiava, tanto que sempre que conseguia um tempo para falar com Dumbledore fora das reuniões, ele mencionava que Draco precisava de ajuda, mas Dumbledore nunca dizia nada senão "não se preocupe" ou "sugiro que esqueça".

Hermione desconfiava, é claro, que Dumbledore já tinha um plano secreto, a julgar que ela sempre tentava acalmar Draco e Harry com sua teoria quando eles estavam nos piores momentos deles, o que não adiantava em nada.

Mas teve uma vez que, enquanto estavam no saguão de entrada, um aluno da Grifinória veio correndo ao seu encontro, trazendo um rolo de pergaminho consigo e dizendo, em meio aos suspiros, que Dumbledore pedira para entregá-lo aquilo.

Quando o aluno se afastou, Harry olhou para os amigos - exceto Draco, já que o garoto já estava na Sala Precisa -, esperançoso. Era de Dumbledore; será que o diretor finalmente daria uma chance a Harry, e acreditaria finalmente nele?

- Ele quer que eu vá encontrá-lo o mais rápido possível na sala dele! - exclamou Harry.

- Finalmente. - sorriu Pansy, aliviada. - Esperei por esse momento há séculos, é claro, Draco está ficando péssimo, mas ele vai ficar tão aliviado quando saber. O que você está esperando, Harry, vai logo!

Não precisou pedir mais uma vez porque, quando se deu conta, Harry já não estava mais ao lado dela, mas estava subindo escadas acima, às pressas.

- Entre. - ouviu logo ao bater na porta.

Nisso, Harry abriu-a imediatamente. Dumbledore estava usando uma longa capa de viagem nos braços, e encarava o céu poente pela janela.

- Professor, não posso acreditar. - disse Harry antes de qualquer coisa. - Então, Draco está desesperado, ele precisa de ajuda sua, você sabe disso, porque ele está na Sala Precisa agora mesmo, disse que estava quase lá, mas ainda há tempo, você pode ir lá e...

- Não pedi para vir aqui para falarmos sobre Draco. - a voz de Dumbledore foi quase como uma sentença de morte a Harry, cujos pulmões se esvaziaram pelo choque.

- O... o quê... mas

- Já discutimos isso antes, Harry. - o tom da sua voz era severo. - Dei-lhe a minha opinião. Não quero mais discutir este assunto.

O Menino loiro do ParquinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora