O gel frio encostou em sua barriga, lhe dando um arrepio na espinha. Doutor Guilherme analisava a tela com muita cautela, mexendo aquele aparelho em sua pele para todos os lados. Ele abriu um sorriso de repente, quando começou a ouvir o barulho de batidinhas contínuas.
— Aqui, está vendo ? Esse é o seu bebê, o coração dele já bate forte pra tão pouco tempo.
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Marília olhava fixamente para o monitor, vendo aquela bolinha tão pequena que já conseguia amar mais que tudo em sua vida. Começou a chorar copiosamente, ao mesmo tempo que não conseguia conter o sorriso no rosto. Tchula também sorria, todo orgulhoso, e era possível ver algumas lágrimas rolarem por seu rosto, apesar dele tentar esconder a emoção. Como ela queria que Henrique estivesse ali para ver tudo isso acontecer.— Você já está com 8 semanas de gestação. O bebê está crescendo saudável, mas precisamos conversar sobre os próximos passos.
Ela apenas assentiu com a cabeça várias vezes. A emoção não lhe permitia falar, Marília queria apenas olhar aquela imagem para sempre. Doutor Guilherme, que provavelmente já estava acostumado com mulheres agindo daquela forma, apenas sorriu e aguardou enquanto ela e Tchula se abraçavam.
Depois daquele momento intenso, eles se sentaram na sala do médico para discutir como seria tudo dali pra frente. Ele lhe passou todas as vitaminas que ela deveria começar a tomar, todas as indicações e contra indicações que uma mulher grávida deveria saber e finalmente lhe entregou as imagens do ultrassom.
— Bom, Marília, por enquanto é isso. Meus parabéns ! Nos vemos daqui alguns dias, se cuide. — Doutor Guilherme lhe estendeu a mão, enquanto se despediam.
Ela saiu abraçada com o envelope que continha as primeiras imagens do seu bebê. Seu coração batia acelerado e ela não via a hora de chegar em casa e finalmente contar para Henrique. Tchula havia ajudado a preparar uma surpresa e agora faltavam apenas alguns detalhes para tudo ficar pronto.
Marília estava agitada, andando de um lado para o outro enquanto o telefone chamava.
— Oi, meu amor. — Henrique falou do outro lado e, ao ouvir sua voz, ela suspirou sem perceber.
— Amor ! Eu preciso que você venha até aqui. — Marília falou, animada.
— O que aconteceu, Marília ? Tá tudo bem ? — ele perguntou, preocupado.
— Tá sim. — ela riu para acalmá-lo. — Tá tudo ótimo. Eu só quero te ver e matar a saudade antes de você ir pra semana de shows.
Ele respirou aliviado.
— Nossa, amor. Assim você me mata de susto. Também quero muito te ver, meu anjo. Vou tomar um banho rápido e passo aí para ficarmos a tarde toda juntinhos.
— Tudo bem, mas quando chegar não precisa tocar a campainha não. Só entrar.
— Ué, não entendi essa. Mas tudo bem então, eu já sou de casa mesmo. — ele falou, um pouco confuso.
— Estou esperando. Te amo demais. — ela rodopiava sozinha pela sala.
— Eu também. — ele falou, desligando em seguida.
Tchula havia levado Dona Ruth e João Gustavo ao shopping, com a desculpa de que precisava achar o melhor presente para Marília, para o lançamento das musicas do DVD. Os dois caíram direitinho, deixando a casa livre para o que ela pretendia fazer. Passado algum tempo, ela seguiu para seu quarto, onde aguardaria Henrique chegar pacientemente. Pegou seu violão e começou a dedilhá-lo, ensaiando.
Finalmente ela ouviu o carro de Henrique parando na frente de sua casa. Permaneceu em silêncio, aguardando. Henrique entrou pelo portão e na porta já encontrou um bilhete.
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Impasse
FanfictionE quando tudo ao seu redor te impede de viver o amor. E quando você pensa que vai dar certo e dá errado. E quando você luta, desiste, luta de novo, desiste mais uma vez pois não sabe se esse amor é pra ser vivido ou não. E quando o amor é recíproco...