Capítulo 23

1.6K 70 3
                                    

Nossa agenda estava lotada. Quase não tive tempo de falar com a Marília. Estávamos nos preparando pra mais um show quando meu celular toca. Era ela. Atendi rapidamente. Ela disse que estava com saudade. Aquilo me doeu. Eu também estava. Queria vê-lá mais que tudo. E ainda estava na correria pra preparar uma surpresa de aniversário pra ela. Me senti mal por mentir dizendo que não estaria presente no dia do seu aniversário. Mas era por uma boa causa. Ótima aliás. Meu irmão me chamou pra começarmos o show e eu me despedi da Marília no telefone.

Após o show liguei pro Tchula. Queria saber se estava tudo certo pra surpresa. Combinamos de contratar a banda de rap favorita da Marília e fazer uma festa com alguns familiares a amigos mais íntimos em um salão da cidade. A mãe dela também já sabia. Pedi que ela levasse a Marília pra passear no shopping para distraí-la um pouco.

E finalmente o dia chegou. Fui até o salão pra verificar como estavam os preparativos da festa. Entrei em contato com a banda pra confirmar o show. Tudo certo. Meu coração estava apertado por não ter falado com a Marília esses dias. Mas não podia estragar a surpresa, afinal, eu falei pra ela que ia pra fazenda encontrar meus pais. O dia passou voando. Fui pra casa me arrumar. Após o banho liguei pro Tchula pra saber se ele já estava indo me buscar. E assim que ele chegou, eu entrei no carro ele me olha e percebendo meu nervosismo  fala.

- Tá nervoso hein mano. Relaxa, a maninha vai amar a surpresa. O importante pra ela é que você esteja presente hoje. Tem surpresa melhor que essa?

- Não tem como não ficar nervoso mano. É da Marília que estamos falando. E você sabe que ela é importante demais pra mim, né. Quero que hoje seja tudo perfeito.

Estávamos chegando na casa da Marília e meu coração estava a mil por hora. Eu suava frio. O Tchula havia ligado e pedido pra ela esperar na frente de casa. Assim que a avistei fiquei hipnotizado. Ela estava linda com um vestidinho curto. Muito curto pro meu gosto. Mas estava linda. Minhas pernas começaram a tremer assim que abri a porta. E quando eu finalmente saio do carro e olho pra Marília, ela estava chocada mas muito feliz em me ver. Correu em minha direção pra me dar um abraço que eu logo retribui. Como estava sentindo falta desse contato. Ficamos assim um tempo. Até que ela me solta e eu lhe entrego uma flor. Lhe disse algumas palavras de felicitações e seguirmos pro carro. Abri a porta de trás pra que ela entrasse e entrei em seguida. Ela me olhou com espanto. Peguei uma camiseta que havia levado e cobri o seu rosto me certificando de que ela não visse nada. Seguimos pro salão. Eu sentia que a Marília estava nervosa, ansiosa. Ela questionava o tempo todo querendo saber o iria acontecer. Mas nem eu e nem o Tchula lhe demos ouvidos. Assim que chegamos eu a conduzi até a porta do salão. A coloquei em lugar que ela pudesse enxergar o palco que estava a nossa frente. A banda começa a tocar e eu tiro a camiseta do rosto dela. Ela ficou impressionada, chorou. Fui em sua direção pra lhe dar um abraço e um beijo no rosto. Minha vontade era agarra-la e beija-la profundamente ali mesmo. Mas tive que me conter.

Ela subiu no palco pra cantar com a banda e eu fiquei observando. Estava feliz porque ela também estava. Depois que desceu foi conversar com o Tchula. Queria saber quem teve a idéia de organizar tudo. O Tchula falou logo que fui eu. Aproveitamos aquela noite inteira juntos, fingindo ser apenas bons amigos. Alguns dos nossos amigos não sabiam sobre nosso relacionamento. Foi muito difícil ter que disfarcar que não havia nada entre nós mas conseguimos manter as aparências.

Já estava quase amanhecendo quando resolvemos ir embora. Tchula se ofereceu pra levar a Marília pra casa mas ela recusou. Disse que queria passar um tempo comigo. Seguimos em direção ao estacionamento e tivemos um pouco de privacidade ali pra matar a saudade. Pude fazer carinho e beija-la sem que ninguém nos visse. E do nada ela diz que quer pra minha casa. Fiquei chocado. A Marília querendo ir pra minha casa? Aquilo com certeza me deixou surpreso. Disse sim ainda confuso. Ela achou que eu não queria leva-la. Mas é claro que eu queria. Aliás, era tudo que eu mais queria naquele momento. Fiquei nervoso imediatamente. Eu sabia no que isso daria. Mas foi tão espontâneo ela dizer aquilo que por um segundo eu não sabia se estava preparado. Entramos no carro e seguimos até minha casa. Assim que chegamos fomos direto pra cozinha. Bebi alguns copos de água, estava nervoso. Ela percebeu e fez uma brincadeira pra tentar me acalmar. Me puxou pelo braço e me levou na direção da escada.

Quando estávamos no corredor eu puxei a Marília e comecei a beija-la ali mesmo. Ela retribuiu e eu a puxei pra mais perto pra sentir o beijo mais intenso. Fui tomado por uma vontade e enorme de te-la em meus braços. Nem percebi que já havíamos chegado no quarto. Continuamos nos beijando intensamente até que chegamos na cama. Deitei sobre ela e comecei a beija-la por  todo o corpo. Senti que ela estava gostando muito daquilo e isso me deixava cada mais louco por toma-la. Ela foi abrindo o vestido e eu logo o tirei passando a mão pelo seu corpo. De repente ela se coloca por cima e me beijando com desejo. Terminei de despi-la lentamente, sempre beijando cada parte do seu corpo descoberta. Em um movimento rápido coloquei ela pra baixo e finalmente tomei-a. Naquele momento éramos um só corpo, um só coração, uma só alma. Nunca havia sentido um amor assim. Nunca havia feito amor assim. Sim, o que fazíamos ali era amor. Um amor puro, sincero e verdadeiro. Nesse momento de entrega, meu e da Marília, eu pude sentir o quanto ela me amava e o quanto eu a amava também. Daria minha vida por essa mulher. Faria o que preciso fosse pra estar com ela. Não, nunca houve ninguém assim. Ninguém que mexesse tanto com os meus sentidos como ela. E ali, naquele momento, só confirmávamos que o que sentíamos um pelo outro era de fato verdadeiro. Passamos horas nos amando, trocando carícias, nos conhecendo mais profundamente.

E quando finalmente terminamos, estávamos exaustos. Eu estava extasiado. Me sentia leve, e não poderia me sentir melhor. A Marília deitou em meu peito e me olhou fixamente. Eu só consegui dizer uma coisa naquele momento

- Eu te amo.

Ela também disse que me amava. Aninhou sua cabeça em meu e pescoço e adormeceu em seguida. Acabei pegando no sono também, cansado mas feliz. Eu estava com o amor da minha vida e nada poderia mudar isso.

ImpasseOnde histórias criam vida. Descubra agora