Capítulo 24 (verdades)

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Capítulo 24

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Capítulo 24

Verdades...

Keyla entrou na cozinha parecendo um furacão, tirando as coisas do lugar com a sua passagem e batendo a porta com violência atrás de si. Duas emoções ao extremo no mesmo dia era demais para o seu coração e ele clamava uma explosão de sentimentos. Correu para o banheiro sem dar importância às indagações que lhe faziam pelo caminho e decidiu extravasar tudo que estava reprimido em seu peito na solidão do cômodo. Trancou-se por lá e diante ao espelho deixou romper as lágrimas que segurou até agora. E elas vinham em torrentes sem nenhum controle lavando a alma de dentro para fora. O peito doía tanto que parecia que, dali a pouco, explodiria.

Era como se sua carne estivesse sendo rasgada por garras pontiagudas para arrancar do seu peito aquele coração angustiado. O medo, ele era um fantasma apontando as más companhias que escolheu para ter em sua vida. E ele era bem cruel ao mostrar o rumo que as coisas estavam se direcionando. E ao mirar seu reflexo cansado e destruído no espelho, questionou-se:

"O que aquela doida pensou quando chamou Yuri para uma briga? Tinha perdido a sanidade?" Não conseguia entender o tamanho da loucura que ela fez.

O corpo escorregou pelo ladrilho atrás de suas costas até o chão. As pernas não tinham mais forças para sustentar seu corpo. A cabeça trabalhava a mil revendo em lupin aquelas cenas de fuga e perseguição insana. Cobriu a boca para tentar conter o grito de ódio e sentiu os joelhos reclamarem de dor por estarem ralados de quando tentava salvar o demônio da morte iminente.

"E por que diabos não o deixou cair? Teria feito um favor ao mundo! Ele era mau! Muito mau!"

Enxugou as lágrimas com dorso da mão quando ouviu pancadas fortes na porta clamando seu nome. "Por que não a deixavam sofrer em paz? Pelo menos por míseros minutos?" Sabia que tinha que contar sobre Lince aos outros. Sobre Yuri. Sobre o ódio que sentia de tudo que estava acontecendo, mas no final, percebia que era tudo culpa sua! Engoliu a dor e levantou devagar, jogou água no rosto e tentou apagar as marcas do choro. Era bem inútil esse procedimento. O rosto inchado e os olhos vermelhos precisavam muito mais que água para voltarem ao normal.

- Só um minuto! - gritou tentando recitar algum mantra que invocava paz interior. Não lembrou de nenhum. Passou as mãos no cabelo e respirou fundo buscando em algum lugar dentro de si, coragem.

- Está tudo bem aí, Key? - Era a voz de Souza.

"Bem? Nossa, tudo estava às mil maravilhas!"

Pensou em silêncio, mas berrando por dentro ao seu reflexo no espelho. Deixar o mercenário vivo era colocar um alvo em suas costas. Deixar que morresse era declarar uma guerra a qual não podia vencer. Tomou a decisão certa? Será que não tinha piorado ainda mais as coisas? O que Irina faria quando descobrisse o que fez com o seu companheiro? Tentava não pensar nas possibilidades.

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora