Capítulo 16 (pagamento)

78 25 21
                                    

O pagamento…

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O pagamento…

Abrir os olhos em um lugar desconhecido era pior do que saber que estava em mãos perigosas. A cabeça latejava e o ambiente girava em torno de Samuel. Ele definia paredes brancas, instrumentos médicos acoplados em seu corpo, mas tinha certeza que não estava em um hospital. A boca seca denunciava os efeitos dos analgésicos. Pois a dor no corpo, era leve lembrança.

Segurou o seu lado esquerdo do corpo e ensaiou levantar. Uma fisgada o transpassou e um gemido escapou pelos seus lábios. Mesmo assim, sentou-se na cama que rangeu com seu movimento. Respirar era difícil. E parecia pesar toneladas.

- Eu se fosse você, ficava deitadinho quietinho! - a voz feminina chegou aos seus ouvidos autoritária.

- Ayla? - deveria ser um sonho, uma alucinação das drogas que lhe deram. Ela não poderia estar sentada na poltrona à sua frente trajada de mercenária.

- Olá, bebê!- esboçou um sorriso tímido descruzando as pernas e levantando para caminhar em sua direção. - Me desculpe, Sam. Mas eu não poderia te arrastar para esse caminho tão... Sórdido?

- Eu te amava tanto... - sibilou deixando o corpo cair para trás novamente ao abraço dos travesseiros. Era um sonho, tinha certeza. A Ayla que ele conhecia jamais trabalharia para Irina.

- Sam... Eu amava você também! Tanto que achei melhor te proteger...

Ayla se aproximou da cama um pouco temerosa, arrumou o cabelo suado da sua testa, efeito da febre proporcionada pela infecção que Yuri dissera que se formou nos pulmões. O encarou e recolheu a lágrima solitária que escorregou pela sua face com o polegar.

- Não faça isso, por favor! A mulherzinha aqui sou eu!- ela gaguejou já recolhendo as suas lágrimas também com o dorso da mão. - Eu precisava te proteger...

- Proteger? Proteger o caralho! - a voz se alterou com ódio. - Só não me diz que você realmente não estava grávida! Que não planejou toda aquela cena com aquela cobra! Que pelo menos amava aquela bisca da Ester!

Um acesso de tosse o interrompeu. Não podia acreditar que tudo que ela fez fosse um teatro para esconder toda essa sujeira debaixo do tapete. Lembrava perfeitamente de Ana o interromper no ensaio de suas palavras no jardim da casa de Leonardo.

Ele saiu do meio da multidão da festa para treinar um pedido que pretendia fazer. Era uma frase breve. Poucas palavras. Tão difíceis de serem pronunciadas quanto empunhar uma arma. Depois de todo o desastre que parecia ter sido o último ano, pedir Ayla em casamento seria uma benção.

Ana falava apavorada que a sua futura esposa estava passando mal, lhe guiou pelo longo corredor até um quarto, e ele viu a imagem mais cruel poderia ter sido apresentada.

Ayla estava sonolenta, repousando completamente nua sobre o peito do seu melhor amigo que parecia estar completamente bêbado. Por um momento, ele tentou guardar dentro de si um ser que desconhecia. Um demônio possuído por um desejo ardente de querer matar aquele casal à sua frente com as próprias mãos e da forma mais cruel que pudesse realizar.

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora