O encontro…
A parede fria do aço do elevador em suas costas não abrandava em nada a ira que sentia por aquele idiota. Quantas blasfêmias ainda sabia em árabe e não havia dito?
Essa semana tinha sido um caos e estava completamente perdido em como reorganizar sua vida diante tudo que vinha acontecendo.
Primeiro, foi a visita do advogado trazendo as cláusulas do contrato que deveria assinar pelo casamento ou a intimação a assumir a culpa pelos seus atos pecaminosos e abrir de livre e espontânea vontade mão dos bens que lhe cabiam por direito e ainda estavam sob condição de usufruto do irmão.
Não acreditava que o irmão usaria aquela crença como desculpa para sugar até a sua alma. Tinha ainda que arranjar a sua noiva antes que tivesse de aceitar a que ele escolheu como a mais conveniente aos seus interesses. Ou na pior das hipóteses, abrir mão de tudo e começar do zero como todos os seus colegas daquela sala que abandonou. Era podre de rico, mas a justiça, tinha todo seu dinheiro em juízo. Isso era uma conspiração do universo! Só podia! Duas heranças. Nenhum centavo em sua conta. Olhou o teto procurando nele uma solução para os seus problemas.
Será que o destino não poderia lhe dar um sinal de salvação? Tudo era tão obscuro que tinha medo do que poderia surgir quando aquelas portas se abrissem de novo à sua frente.
E dois andares abaixo, isso aconteceu. Elas mal abrem e uma loura invade o recinto como uma louca. Parecia que estava fugindo do diabo no interior daquele elevador. Ela passou por ele em suma violência e apertou mil vezes o botão do subsolo.
— Não faz isso!--- Samuel ainda tentou impedir, como não conseguiu, a tirou do caminho e tentou impedir que as portas se fechassem
--- Tá maluco, cara!--- Ela o pegou pelo braço e o impediu.
As portas se fecham, o elevador se religa e quando vai se movimentar, fica preso entre os andares. A garota o olhou apavorada exigindo uma resposta do que estava acontecendo.
--- Então, sua doida... Esse prédio é público! Algo que o governo não tem interesse nenhum em manter a manutenção. E quando se aperta inúmeras vezes o mesmo botão do painel, isso acontece...--- mostrou a pane que havia provocado.
--- E agora? O que faremos?--- falou andando de um lado para o outro como se dali a pouco um monstro feroz fosse rasgar o aço e adentrar o lugar.
--- Esperamos que o Jorge escute o alarme e destrave o painel na central.--- Samuel se recostou na parede novamente.
Quando pediu ao destino uma solução, ele deveria ter escutado errado. Por que agora estava exausto, preso, por sabe lá quanto tempo, dentro daquela caixa abafada e claustrofóbica com uma garota em pânico.
--- Poderia ter me avisado!--- ela jogou as mãos ao alto.
--- Eu tentei impedir que as portas se fechassem. Você não permitiu!--- ironizou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sequestrando o Playboy
Roman d'amourPara ela... A vida era um eterno competir em quatro rodas. Sentir o motor do carro pulsar na mesma frequência do ritmo do seu coração. A adrenalina pulsando nas veias em cada segundo que antecede a largada, a emoção da vitória, o suspense do percu...