Capítulo 37 (Reencontro)

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CAPÍTULO 37

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CAPÍTULO 37

Reencontro

A velocidade do Mustang foi aumentando sem a menor necessidade na rodovia quase deserta. Não havia perseguição. Nem sinal da polícia a quilômetros. Isso era desnecessário, chamava atenção sobre eles e Samuel aflito, não se conteve.

- Diminui! Pra quê isso? Vai estragar tudo! - Tentou se arrumar ao banco encarando aquele olhar de fúria dela estampado no rosto. - Diminui, porra! Tá louca?!

Era como se estivesse falando a um bloco frio de mármore. As mãos dela firmes no volante, os nós dos dedos esbranquiçados pela força que fazia e dava para sentir na sua respiração a resignação com algo que a desagradava. Samuel espiou no painel e viu que os números do velocímetro estão chegando quase ao limite do que o motor pode suportar e isso não era um bom sinal. O zig zag aos carros em sua frente estavam deixando enjoado e era certo, uma manobra errada ali e seria fatal aos dois ou quem quer que estivesse envolvido.

- Keyla, pelo amor de Deus! O que pensa que está fazendo? Quer nos matar?- o pânico já o tinha tomado por inteiro. Agir dessa forma não era demonstrar que estava pensando com clareza.

De repente, os freios foram acionados, a nuvem de borracha queimada no asfalto cobriu o carro e antes mesmo que ele parasse por completo, num cavalo de pau ela pegou a via secundária abandonando a rodovia. Metros à frente na mesma manobra, entrou numa estrada de chão. O sacolejo do carro fez o companheiro ao seu lado bater forte com a cabeça no vidro e agora ele tentava conter o sangue que escorria do alto da sobrancelha.

- Key! - berrou. Ela estava pálida. O rosto coberto por lágrimas. - CUIDADO GAROTA!

O portão de madeira ali em frente já gasta pelo tempo não suportou o impacto do carro. Abriu-se ferozmente a passagem dela e metros adiante, via-se um pontilhão de uma linha férrea em elevado na colina. Talvez, o carro não passasse pelo estreito túnel que ele formava. Samuel se agarrou firmemente no banco. Se questionava agora se quem sabe casar com Rebeca fosse uma boa ideia. Tinha esquecido o quanto aquela garota era maluca. Engoliu o arrependimento de ter fugido do altar com a loura ao seu lado, com o ódio que já estava ficando dela. A poucos metros do impacto, fechou os olhos e prendeu a respiração. Não tinha o que fazer. Tentou abrir a porta minutos antes, mas ela estava travada. Fechou os olhos apertados, o coração disparado na mesma velocidade do carro, já não tinha o que fazer, agora era só receber o impacto do concreto à frente e abraçar a morte...

O dia escureceu de repente e o ar gélido e fétido de musgo e umidade invadiu as narinas de Samuel assim que o carro parou de repente. Não houve estrondo, nem mesmo dor além da que sentia pelo cinto em seu peito o sufocando com a freada brusca. Seu coração desesperado pedia permissão para sair pela boca. Já tinha estado sob pressão diante a morte. Mas, confessava. Nunca com essa intensidade. Relaxou devagar o corpo tenso no banco...

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora