Capítulo 35 (Tudo ou nada)

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CAPÍTULO 35

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CAPÍTULO 35

Tudo ou nada...

Souza seguia a passos firmes pela calçada e segurava firme na guia de Laurim que praticamente o levava pra passear. Como se o cachorro soubesse onde exatamente parar, ele latia alto, fazia festa pulando em seu dono com as patas dianteiras sobre seu peito e o seu falso dono tirava um pacotinho de petiscos do bolso e fingia dar o conteúdo ao cão. Logo em seguida, a embalagem era descartada na lixeira mais próxima e eles continuavam a caminhada como se estivessem se divertindo com o passeio.

Para os transeuntes, aquela era uma cena normal entre um pet e seu dono. Para Souza e Laurim, uma missão muito delicada. Algo que poderia resultar numa bela catástrofe. O sorriso largo e falso do homem para as senhoras que passavam por ele denunciava o quão estava nervoso por dentro.

- Ok. Foi a última. - Souza falou a Ivan assim que entrou e sentou ao seu lado no Audi preto estacionado no beco.

- A barata terminou o serviço. - Ivan falou rindo no viva voz do telefone.

- Barata?! Precisa humilhar desse jeito?- Ele levantou as mãos para o alto inconformado com apelido de equipe que ganhou. - Tem certeza que não vamos machucar ninguém?

- Oitenta por cento de chance que não.- Ivan acariciou o pêlo de Laurim no banco atrás de si, lhe deu um grande petisco e ligou o carro saindo de mansinho pela rua. - Pronto?

- Adiantaria se eu disser que não?- Souza se segurou no banco e viu o carro acelerar em direção a última lixeira que descartou o pacote de petiscos.

- Alvo um! - Ivan apertou um botão acoplado ao volante.

Assim que o carro passou por ela, a lixeira explodiu com violência. Pedaços de madeira que a prendiam ao pedestal acertaram uma joalheria espatifando os vidros da vitrine e causando um alvoroço nas pessoas próximas. Os gritos, correria, e o frenesi logo fizeram a rua se transformar num grande caos.

- Céus, Ivan! Você não disse que tinha toda essa potência! - Souza gritou vendo pelo retrovisor senão tinham feito vítimas.

- Alvo dois!

Souza tapou os ouvidos assim que entraram no cruzamento fazendo a cortina de fumaça cobrir o carro com os pneus queimando borracha no asfalto. Ele rezava baixinho para que não houvesse ninguém no banco. Mas, sabia que a câmera presa ao painel mostrava o interior vazio. Se a lixeira fez um estrago surpreendente. Os caixas eletrônicos indo pelos ares um a um quando o carro passou pela frente do prédio em que estavam, mais ainda. Uma chuva de vidros se espalhou pelo asfalto atrás deles, assim como dinheiro e todo tipo de entulho que se desprendia da estrutura do prédio.

- Puta que pariu!- Laurim latiu num lamurio, provavelmente pelo barulho da explosão. - Precisa de tudo isso mesmo?

Souza tapou os ouvidos do cachorro e tentou o acalmar. Mas, sabia que o efeito era contrário, pois Ivan tinha protegido seus ouvidos bem antes com tampões usados em guerras e grandes conflitos onde houvesse barulho de tiros e explosões. Laurim poderia estar comemorando junto com o dono o sucesso da sua missão.

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora