Capítulo 29/40 (os planos)

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CAPÍTULO 29

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CAPÍTULO 29

Os planos

A cada dois minutos Roger olhava impaciente o seu caro relógio no pulso com a explicação detalhada da tese que Leonardo iria apresentar na audiência de defesa de Samuel. Não tinha muito entusiasmo em defender o cara que tinha dormido com a sua noiva e trazido tantos problemas para sua vida. Por ele, uma bala acabaria com esse problema de vez. Um simples desligar de aparelhos ou a visita de um de seus capangas a mãe daquele verme que achou que tinha forças suficientes para extorquir algo deles. Mesmo assim, fingia interesse diante das palavras.

Ver Leonardo de novo, deixou o ruivo desconfortável. Apertar a mão dele fingindo indiferença foi difícil. Sentir a corrente elétrica que aquele gesto banal fez percorrer em seu corpo, quase impossível disfarçar. Aquilo era uma sessão de tortura. Quase tão dolorida como à surra que apanhou dias atrás.

Vez ou outra o advogado o provocava com uma piscadela, trocava olhares sedutores com ele perguntando se tinha dúvidas sobre sua defesa. Sam respondia em seco que não. Não podia negar que aqueles olhares em sua direção provocavam sensações em seu corpo que queria apagar definitivamente. Aquilo era um jogo perigoso. E ficou feliz por Roger ser desligado ao ponto de não perceber isso.

A boca dele falando calmamente despertava desejos e atiçava a vontade de tomá-la em beijo o fazendo ficar se remexendo desconfortável na cadeira tentando disfarçar seus desejos. Estava na cara que não iria ser tão fácil quanto pensou se livrar do que sentia por ele. Queria ouvir aquelas palavras bem próximas ao seu ouvido. Sentir a pele arrepiar de novo com o seu toque. A boca quente e macia dele na sua...

E a loura? A mente inquieta pergunta. Sim. Ele queria a boca dela tecendo beijos no seu pescoço enquanto beijava a de Leonardo. Queria sentir as mãos de ambos passeando em seu corpo em sincronia arrancando suspiros de tesão. O gosto deles mesclado nos seus beijos. E aquele calor que provocavam por igual o incendiando.

- Samuel?!- a voz de Roger o despertou para a dura realidade. - Você está bem?- o olhar desconfiado dele o fez endireitar a postura e voltar a concentração na conversa.

- Sim. Eu estou bem. Só cansado.- Não era mentira. As pessoas levam tempo para recuperar-se de traumas como sofreu nos últimos meses. Ele não teve esse tempo. As feridas, literalmente estavam ainda abertas e espezinhadas volte e meia por alguém.

- Bom... Continuando...

Pelo o que Leonardo falava, estava bem encrencado. O vídeo dele chegando com Eduardo no hospital viralizou nas redes sociais. Dividia opiniões e causava debates acalorados entres expectadores que o acusavam de bandido e outros de herói. Não houve como banir as imagens das mídias como foram feitas com as do aeroporto. Elas foram um tsunami que deu armas poderosas à mãe do moreno contra eles.

Mas, tendo a polícia nas mãos, nada que um bom acordo entre os advogados não resolvesse a situação e acalmasse os ânimos. Ficaria devendo ao futuro sogro. Embora não se importasse com essa dívida. De coração, queria que Eduardo saísse bem dessa. Sem sequelas. Que pudesse exercer a profissão novamente e que o perdoasse pela barbárie que fez. Foi um ato desesperado. Pânico. Instinto protetor. Não foi vingança...

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora