Capítulo 4

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Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal! Mais um capítulo.
Ouçam "The Lonely- Christina Perri" quando Jessica deixa o recado.
Aproveitem e desculpem-me por qualquer erro de português.
Boa leitura

JESSICA - PDV

Semana após semana eu ficava mais fraca, havia começado o tratamento e constantemente eu sentia o mal estar. As injeções eram aplicadas uma vez por semana no período matutino, a doutora estava fazendo a intravenosa, que era a forma mais útil para o meu tipo de doença. Assim que ela colocava o cateter e o líquido vermelho passava para o meu corpo, minhas veias primeiramente queimavam, sentia arder a cada centímetro que o medicamento entrava. Mas passado alguns segundos a sensação era totalmente oposta, estava esfriando, esfriando muito... A ponto de fazer com que eu tremesse... Ficava durante quatro horas no hospital, minha mãe me acompanhava em todas as consultas.

Manchetes estavam começando a sair nos jornais, pois frequentemente eu era vista saindo do hospital. Aquilo seria difícil de esconder, mas eu tinha que tentar. Tomaria mais cuidado. Shonda e minha família eram os únicos que tinham informações do que estava acontecendo comigo. Não havia contado a mais ninguém, queria manter aquilo em segredo ao máximo possível.

Minha relação com Sara era apenas profissional. Depois dos meus olhos filtrarem ela com outra pessoa, fez com que eu me afastasse realmente dela. Ela vivia me encarando, mas nunca dizia nada. Apenas um cumprimento formal.

Gravar ficava cada vez mais complicado, os enjoos devido às injeções tornaram-se diários. E podia sentir o olhar de preocupação vindo dos demais presentes. Eu sempre dizia que não era nada, eles “acreditavam”, até eu correr ao toalete e vomitar mais uma vez.

Sara entra no banheiro, e pela primeira vez vejo um olhar de preocupação vindo da latina. Ela se aproxima lentamente, me analisa, e fica calada por longos minutos. Vejo o tremor em sua garganta, lançando o sinal que ela estava se preparando para falar algo.

– Você está mesmo bem? – pergunta ela.

– Sim, eu acho. – respondo, sem demonstrar entusiasmo.

– Posso me sentar ai, ao seu lado? – pergunta ela, apontando para o chão frio.

– Tanto faz. – dou de ombros, deslocando-me mais para o lado.

Ela ignora as minhas palavras e senta calmamente ao meu lado, ela esfrega suas mãos uma nas outras. Prevendo usar as palavras certas.

– Podemos fingir está tudo bem entre nós? Só um pouco. Estou precisando disso. – ela olha nos meus olhos, e percebo que aquilo está sendo sincero.

–Okay. – respondo.

– Sinto que tudo está desmoronando, e não faço ideia do que fazer. – ela encara suas mãos. Sinto que aquilo foi um desabafo, dando-me passagem para falar algo também.

– Eu sinto... Como se tudo o que eu faço é errado. – sinto o olhar de Sara cair sobre mim, levo minha mão sobre o joelho da latina e passo rapidamente. – Você vai descobrir o que fazer. Vai descobrir. - sorrio.

– Você também vai. – responde ela, de imediato.

– Obrigada. – abro um sorriso maroto nos lábios, meus olhos estão no nada, sem um ponto fixo.

Sara logo se levanta e para em minha frente. Me encara.

– Você sente minha falta? – ela pergunta.

– Claro. – nosso olhar se cruza e sinto os meus lacrimejarem.

– Só... Não o suficiente. – diz ela, saindo de perto de mim.

This is Moment: Parte 2 / (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora