Capítulo 17

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CHARLOTTE - PDV

Eu cresci no interior de Massachusetts junto com meus pais e a minha irmã. Ela era dois anos mais velha que eu, mas mesmo assim, na maioria das vezes éramos confundidas nas ruas. Viemos de uma família cujo o sustento sempre foi focado na arte.

Minha mãe tinha um papel importante no Núcleo Nacional de Arte da cidade. Enquanto meu pai era um enorme colecionar e empresário de réplicas famosas. Foi daí que Emily começou a se interessar pelo ramo, me incluindo em sua ideia. Papai começou a ensina-la desde cedo os mistérios de seu trabalho. Emily sempre ficará atenta, mas eu nunca me interessei realmente por aquilo.

Na colegial, Emily era a mais popular de todas as garotas do colégio, enquanto eu era a nerd do fundo da sala. Ela sempre tentava me enturmar quando eu estava perto dos seus amigos, mas era como se eu me sentisse deslocada, eu não conseguia sentir-me bem ali. Então acabava sendo a estranha calada no meio deles.

Lembro-me do envolvimento que ela teve com algumas garotas no ginásio do colégio, aquilo a deixou com sérios problemas, pois meus pais haviam descoberto. Emily nunca se mostrará totalmente lésbica, ela sempre ficava com ambos os sexos. Achava incrível como ela me contava de suas aventuras, suas experiências, cada uma delas. Eu a ouvia atentamente, enquanto a curiosidade crescia ainda mais em mim para descobrir os mistérios da vida adulta.

Minhas notas eram exemplares, mas como minha irmã era a mais querida, aquilo passava despercebido pelos meus pais. Emily sempre dissera que nós éramos uma dupla, mas eu nunca me senti tão por dentro assim. Ela era carinhosa comigo, sempre me fazia sorrir e trazia-me doces á noite quando eu era pequena.

Tivemos alguns problemas quando a faculdade chegou, pois consequentemente, ela seguiria para o curso que destinaria o futuro igual ao dos meus pais, porém eu não queria seguir o mesmo caminho. Devido ao meu interesse pela área de humanas consegui uma bolsa na faculdade de Medicina em Seattle. Mas a confusão se alastrou pela casa assim que meus pais ficaram sabendo, Emily me dera todo apoio, mas era completamente em vão, pois eles não me deixaram seguir em frente com aquela ideia.

Não aguentando mais as frustrações de meus pais em relação a minha escolha, esperei até que completasse a maioridade para sair de casa. Consegui um trabalho como atendente em uma lanchonete, seria o suficiente para fazer-me ter economias para a viagem. Eles não aceitaram aquilo, mas não conseguiram impedir-me. Emily como fiel companheira seguiu comigo para um apartamento no meio da cidade.

Ela havia entrado para a faculdade de arte da cidade, mas pediu sua transferência para manter-se junto a mim em Seattle. Assim que conseguimos o dinheiro suficiente para dar o fora dali, compramos as passagens no mesmo dia. Emily pediu para que eu me despedisse de nossos pais antes de irmos embora, mas eu hesitei e fiquei aguardando do outro lado da rua, no carro.

Chegando em Seattle, fizemos um tour pela cidade, antes de começarmos a nos preparar para ingressar na faculdade. Conhecemos pessoas novas, fizemos grandes amizades. Até que Emily começou a se relacionar com um dos meninos do grupo. Ele tinha a minha idade, o que fazia com que os nossos genes não se entendessem. Brigávamos constantemente pela atenção dela, e isso se tornou tão exaustivo que Emily colocou um fim em seu relacionamento.

Os anos iam se passando até que eu comecei a trabalhar como patologista no hospital central da cidade. Emily já havia terminado os seu estágio e começará a trabalhar em um pequeno museu, onde ela conheceu o homem com quem se casou. Eu tive apenas um relacionamento sério, que não durou mais que um ano. Tirei como experiência o meu interesse por mulheres. Mas não tive coragem alguma para assumir tal coisa para minha irmã.

No seu vigésimo quinto aniversário ela descobriu que ele a traíra, então pagou na mesma moeda ficando com uma mulher na frente de toda a família do homem. O casamento foi por água abaixo, deixando Emily completamente arrasada. Decidi por bem, pedir transferência para São Francisco, onde lá poderíamos ter uma vida tranquila.

This is Moment: Parte 2 / (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora