Capítulo 56 - Jafari

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Havia se passado três dias que Kaayra estava desaparecida. Não tivemos nenhum sinal dela pelo caminho até a entrada da via atlantis. Quando ela desapareceu e eu dei a notícia de que não estava conseguindo falar com ela, Helena desabou no chão e entrou em desespero, tentou viajar pelas sombras, mas foi segurada pela irmã mais nova, que eu não faço ideia de como conseguiuanter a Lena no barco. Desde então, ela está enfiada no quarto e raramente sai, tendo a companhia quase constante da irmã mais nova.

Sinceramente, queria fazer o mesmo que ela, mas Kaayra pediu para eu guiar e levar as meninas de volta para casa, de volta para o acampamento. Mas a sensação de vazio e solidão me invadiu com força quando Kaayra disse aquelas últimas palavras, porém eu estava negando com todo o meu ser de que ela estava morta. Não sentia mais o laço entre nós, mas ela não podia estar morta. Não era justo ela estar morta.

No dia da luta contra Pontos em si eu assisti boa parte do combate dela através dos olhos dela, mas depois que a fumaça negra começou a sair do centro do vulcão, eu não conseguia mais enxergar pelos olhos da Kay, era como se eu tivesse sido expulso de um observatório, o que me deixou em desespero. Amélia me viu começar a chorar de desespero quando percebi que estava perdendo contato. Por sorte, mandei ela na hora certa até o vulcão para ajudar Helena a trazer as outras meninas até a trirreme. Se não... Se não a perda teria sido tão pior...

As filhas de Poseidon também estavam abaladas. Eu peguei a Cassiely se xingando inúmeras vezes pelas coisas ruins que ela havia dito a irmã. Ela se negava a ver que a Kaayra nunca havia colocado ela como culpada, e isso chegava a doer por ambos os lados, mas eu me mantive quieto. Fiquei os três dias sem comer, apenas ali na cabine, seguindo o que a Esfera de Valdez mandava eu fazer, praticamente e, graças aos deuses ou por pura pena, nenhum monstro, celeste ou demônio nos perturbou enquanto estivemos ali naquela via.

Provavelmente Kaayra sabia, lá no fundo, que a via dos atlantis nos protegeria pelo menos dos monstros antigos gregos e hebraico. E talvez os anjos e os demônios estavam com pena pelo nosso luto. Ou então... Ou então simplesmente havia algum anjo ou anjos nos defendendo de outros celestes e de demônios, para termos um tempo para digerir o que havia acontecido. Ninguém queria acreditar.

Um brilho vermelho ao meu lado direito chamou minha atenção após um tempo. Quando olhei era a faca do Dragão que eu mantinha presa no alvo da cabine. Coloquei a trirreme no piloto automático e fui até a faca, tirando ela do alvo, movi ela para a minha frente e ela brilhou um pouco mais forte, mas quando a movi em direção aos quartos o brilho ficou mais fraco.

Jafari: por favor, me diz que você consegue achar a Kay.

Saí da cabine com a faca. O céu estava azul e muito aberto naquele ponto, nenhuma nuvem era visível por quilômetros. O brilho da faca se intensificava conforme eu ia para a ponta da trirreme, onde a sereia se encontrava. Não havia ninguém ali em cima, convenci todas a irem comer ou descansar. Olhei no horizonte, um golfinho pulou fazendo barulho. Depois outro. Ambos pularam duas vezes, por cima de algumq coisa que um terceiro parecia empurrar. Quase pulei do barco para ir até eles, pois só podia significar uma coisa.

Corri até a cabine e usei o autofalante e o microfone dela para chamar as meninas ali para cima, eu praticamente implorei para Cas ou Laura virem o mais rápido possível. Meu tom de urgência deve ter sido exagerado demais, já que quem veio primeiro foi Helena, provavelmente com a mesma esperança que eu.

Helena: o que foi? É ela?
Jafari: eu não sei, eu acho que sim. Não consigo sentir exatamente.
Helena: como assim??

Cas, Laura e Sophia chegaram logo em seguida.

As Sete Pecadoras e o Deus do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora