3° Capítulo - Detento A001010

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Naruto Uzumaki era um jovem policial, que acreditava que a lei trazia justiça para as pessoas, mas que haviam lacunas que precisavam ser revisadas. Ele cresceu nos orfanatos sendo sempre alvo de piadas e humilhação, sem nunca entender o que havia de errado com ele, e assim se tornou um menino problemático.

Nunca conheceu seus pais nem tinha nenhuma informação se estavam vivos ou não. Sequer o nome de seu progenitor ele sabia. 

Naruto foi adotado aos 13 anos, mas a família era tóxica e abusiva, sempre o tratavam como lixo perto dos filhos biológicos. Aproveitavam-se do garoto para manter seu vício em drogas, eram usuários, e o usavam para trocar favores. 

Por ser menor de idade, era útil para os traficantes e um obstáculo para a polícia.

Cansado de viver uma vida miserável abandonado em orfanatos ou abusado pelos adultos, fugiu de casa e se abrigou na favela. Ocupou um cômodo abandonado e mesmo em uma situação difícil, sendo pobre e passando por dificuldades não se deixou abalar. Fome, frio, solidão, doenças e datas importantes, passava por tudo sozinho.

Estava rodeado de pessoas "más", que cometiam crimes como parte da rotina. Queria muito que as pessoas "boas" o enxergassem e lhe dessem um lugar, mas isso nunca acontecia. A polícia o olhava com maus olhos e os cidadãos sequer o olhavam. Sentia-se um estorvo, um fardo sem utilidade, um coitado.

Mas Naruto aprendeu desde cedo que chorar e reclamar nunca resolveu nada, nunca colocou comida na mesa ou pagou uma conta médica. 

Ele se dedicou a conseguir um emprego para ao menos poder comprar cadernos e frequentar a escola. As coisas não foram fáceis como gostaria que tivessem sido, nenhum trabalho honesto era oferecido a uma criança maltrapilha como ele.

Desamparado pela lei e pelas pessoas, encontrou apoio onde menos esperava. 

Apesar dos moradores do bairro periférico que morava vivessem a vida de forma ilegal, tinham uma moral a ser seguida. As crianças que queriam estudar, estudariam. E mesmo aqueles que tinham pouco, assim como ele, dividiam o que podiam para lhe ajudar a ter educação.

E ele honrou os votos de incentivo e as caridades, se formando no ensino médio. 

Mas mesmo depois de adulto, ainda se questionava sobre quem eram os bonzinhos e quem eram os malvados... 

Os criminosos que tiravam dos outros o dinheiro, a saúde, a vida, ou os policiais que faziam vista grossa àqueles que precisavam?

Naruto queria compreender como a justiça do mundo funcionava, e se não houvesse justiça, se dedicaria até os fins de seus dias para cria-la. Mas mesmo um diploma não escondia suas origens e classe social. 

Desempregado, se deparou com uma única opção: se afundar no mundo do crime e se tornar aquele que as pessoas acreditavam que ele seria. 

Mas teimoso e turrão demais para aceitar o que lhe foi destinado, o Uzumaki não desistiu e se inscreveu em um concurso público para agente penitenciário.

O seu acesso à educação foi pobre, insuficiente para ser aprovado na primeira vez, mas determinado a nunca desistir, estudava nas bibliotecas públicas ou nos livros velhos que encontrava por aí. 

Trabalhava em tudo que aparecia: como freelancer em festas, como garçom, ajudante de cozinha, serviços gerais, cuidava dos jardins das mansões do centro, até como babá e adestrador de cães já havia se arriscado.

Depois de muito esforço e dedicação, finalmente viu seu nome na lista de aprovados, ficou em 15° lugar. 

Estava tão orgulhoso de si mesmo! 

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