22° Capítulo - Eu venci, filho da mãe!

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Desde o dia em que Naruto decidiu que não teria nenhuma ligação romântica com Sasuke, se sentia mais forte e vitorioso por cada turno de trabalho que terminava sem cair na tentação de agarrá-lo. Era como vencer um leão ou dois. Estava tranquilo e confiante, e já não achava mais que era um problema interagir de forma mais próxima a ele, desde que como amigo.

Outro motivo que o fazia querer se aproximar novamente era que o Uchiha havia o desafiado a convencer Gaara a almejar a liberdade e ele havia se empenhado bastante. O período em que observou melhor o ruivo de perto, descobriu o quão sensível e humano era. Tinha um gosto muito especial por livros, passava horas a fio perdido nas fantasias e romances. Ver aquele Gaara de verdade o fazia feliz.

- Por que não escreve um livro?

- E o que eu faria com um livro? - O preso olhou para o Uzumaki.

Estavam no corredor do bloco A, Gaara estava sentado com as costas apoiadas nas grades e o policial estava escorado na parede, de braços cruzados olhando os detentos que iam e vinham.

- Poderia publicar e vender vários exemplares. Seria uma grana bem-vinda.

- Não poderia fazer isso enquanto eu estivesse preso.

- Então escreva para quando for sair.

- Eu não vou sair daqui, Uzumaki.

- Isso não é verdade. Você irá pagar pelos crimes que cometeu cumprindo a sua pena, mas com os anos pode recorrer e talvez consiga a condicional bem mais cedo do que espera. - Ele o olhou, sério.

- Eu poderia escrever para você, para que publique em seu nome. - Gaara acariciou a capa do livro que estava em seu colo.

- O quê? De jeito nenhum, o mérito é seu. Eu não poderia.

O ruivo mantinha sua feição inexpressiva, mas o Uzumaki pôde sentir que ele havia ficado mexido, reflexivo, talvez até mesmo triste.

- Eu não quero ser um autor, não quero escrever, não preciso de reconhecimento, não preciso sair daqui. Gosto de ler sobre as aventuras de outros.

- Você também pode viver as suas.

- Eu não gosto do mundo lá fora.

O agente penitenciário o olhou, triste, e foi para o seu lado.

- É impiedoso, cruel, exige tudo de você e muito mais. Aqui eu não sou um assassino de aluguel viciado em drogas. Tenho os meus remédios e tudo o que preciso para sobreviver. Eu... tenho... até um amigo.

- Mas eu posso ser o seu amigo lá fora também.

O ruivo foi pego de surpresa.

- E poderíamos ir a algum lugar para nos divertirmos. Ah, já sei! E se fôssemos em uma biblioteca? A maior delas!

O preso o olhou, pensando consigo mesmo.

- Você gostaria de ir? Se pudesse, em qual iria?

- British Library. Em Londres.

- Oh! O que tem de legal lá?

- Anotações de Leonardo da Vinci, Jane Austen, o manuscrito dos Beatles, jornais antigos, a Carta Magna do país assinada em 1215, partituras e obras da coleção pessoal do Rei George III, e uma estátua de Isaac Newton, esculpida por Eduardo Paolozzi. São algumas das atrações de que ouvi falar.

- Uau, quantos nomes importantes. Lá deve ser bem legal. Eu sempre quis viajar para fora do país, sabia?

- Eu... eu também. - Disse, um pouco atordoado por falar tanto. Não tinha tal costume, e principalmente sobre coisas que gostava, que o importavam de verdade, que tocavam o coração.

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