14° Capítulo - Ciúmes

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Nos dias que se seguiram, ainda que quisesse muito, o Uzumaki não perguntou à Sasuke se ele estava melhor. Temia o que sentia sobre ele quando estavam juntos. Um policial e um presidiário estão em lados opostos, e principalmente aquele em específico era contrário a tudo que Naruto acreditava.

- Bom dia, loirinho. Viu que hoje eu escolhi mingau de aveia no café da manhã? Foi parte do meu plano maligno para irritá-lo logo cedo. E para ser honesto, estava delicioso, ainda que o propósito não fosse saciar minha necessidade básica de comida.

- O que você quer, Uchiha?

- Huh? Quanta insensibilidade. Eu era um enfermo em estado preocupante e você sequer foi me visitar. Só vou te perdoar porque tenho um bom coração. – Sasuke andava de costas, seguindo o policial pelos corredores que levavam à quadra.

- Você... parece melhor. Afinal de contas já voltou com os seus joguinhos.

- Obrigado por notar. Por que está me evitando?

- Evitando você? Quem é que se acha o centro do universo agora? Talvez você não saiba, mas eu trabalho aqui e tenho diversas funções, que não incluem ser babá de marmanjo.

O moreno não gostou e franziu o cenho, colocando-se em seu caminho. Naruto tentou contorna-lo, mas foi interrompido.

- Está me dando um gelo? O que eu fiz dessa vez?

- Nada, você nunca faz nada. É um anjo na terra.

Ele revirou os olhos e acariciou rapidamente os dedos de sua mão, tomando cuidado em ser discreto.

- Não fique bravo comigo, vai.

- Eu não estou! Eu só tenho mais o que fazer, Sasuke.

- Nada mais divertido do que estar comigo, eu tenho certeza. – Com o polegar massageou a palma de sua mão. – Vamos lá, me dê um sorriso. Preciso começar o meu dia com o pé direito.

Naruto revirou os olhos e não pôde evitar que o canto esquerdo de sua boca se contraísse.

- Oh, é quase um sorriso completo. Não seja mesquinho.

Ele sorriu mostrando os dentes, exagerando.

- Assim está bom para você? Agora me deixe em paz.

A careta que o Uchiha fez em desaprovação o fez rir genuinamente, e isso o deixou satisfeito. Porém, o sorriso sumiu com a mudança repentina de Sasuke quando alguém se aproximou. De forma totalmente indiferente e ríspida, o deixou sem ao menos de despedir, e foi de encontro a terceira pessoa, o prisioneiro, Sai.

O Uzumaki não entendeu o porquê de ele ter mudado tão repentinamente, mas antes que pudesse descobrir, Sasuke desapareceu junto do outro em meio à multidão. Mesmo assim continuou as suas funções um pouco menos tenso, afinal o pior de seu dia já tinha passado. No meio do pátio do bloco B, um detento esbarrou em outro e eles começaram a se estranhar, então o policial logo foi apartar a briga.

Por sorte, eram amigos que não estavam realmente brigando, foi apenas uma brincadeira. Ele revirou os olhos com as risadas deles.

- Você se preocupa demais, Uzumaki.

- Só não quero confusões desnecessárias. Ainda não acordei, portanto, quero curtir a preguiça até o horário do meu café. – Bocejou, fazendo graça. – E aí, vão trabalhar ou só tirar o dia de folga, bando de vagabundos?

- Já estamos indo, só estamos esperando o imbecil do Ukon pegar a sua camisa na lavanderia.

- E falando em roupas, acho que alguém deve estar sem elas. – Um dos prisioneiros disse e apontou discretamente para uma cela no bloco A que estava coberta por lençóis.

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