6° Capítulo - Respeito

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Sasuke foi ao bebedouro no canto da sala, e bebeu um gole de água gelada. Ao menos aquilo era de qualidade. O carcereiro ficou sem resposta por um minuto.

- Estou me certificando de que não vai roubar nenhuma arma em potencial.

- Huh? Acha que eu preciso disso para ferir alguém? – O olhou com uma sobrancelha levantada. - Se eu quisesse uma dessas... – Mostrou uma chave de fenda. - ... seria levada na minha cela em uma bandeja de prata.

- Você é soberbo e arrogante demais. É irritante apenas olhar para você.

- Então faça um favor a si mesmo e vá para a puta que te pariu ao invés de ficar me secando assim. – Sentou-se na beirada da mesa e voltou a mexer no circuito eletrônico em suas mãos.

- Entendo porque o Hidan não tem paciência, ele é tão estourado e arrogante quanto. Você não conseguiu comprar ou chantagear ele?

- E por que eu iria querer? Acha que eu esbanjo dinheiro e poder em vão? Porque quero aparecer? Eu não sou um idiota. Hidan não é útil, eu estou pouco me fodendo para ele.

Naruto ficou pensativo.

- Ele é um escroto com todo mundo, eu já notei, mas aquele modo de falar me pareceu um rancor pessoal contra você.

- Hmpf. - O moreno riu e soprou a poeira acumulada na peça. - Ele me odeia porque há "crimes" que ele abomina mais do que assassinato, tortura, lesão corporal gravíssima... – Suspirou desdenhoso. - Bom, na verdade eu também tenho todos esses na ficha. Então seria injusto dizer que ele não tem motivos para me desprezar. Assim como todo e qualquer ser humano com um pouco de juízo e inteligência.

- De que tipo de crimes está falando?

- O Hidan é muito tradicional. – Colocou o circuito de volta no lugar e encaixou os parafusos. - Tem uma esposa fervorosamente da igreja, uma filha trancafiada em um convento e outro filho no exército. Boatos correm sobre ele ter pegado esse filho sendo fodido pelo melhor amigo, e por isso o mandou para longe.

- Não sabia que ele tinha filhos.

- Isso não é mesmo da sua conta. – Sasuke foi à maleta para pegar uma chave de fenda estrela e apertar os parafusos.

Naruto apoiou o queixo na mão e ignorou a malcriação.

- Agora é só testar. – Ele acionou o botão de ligar no controle e abaixou a temperatura. – Relaxar e esperar ficar fresco. – O detento se jogou no sofá e deitou com as mãos atrás da cabeça.

- Você é muito folgado! – Naruto riu e escorregou na poltrona, se sentando confortavelmente. – Você tem sorte de não haverem câmeras aqui.

- Sorte a sua. – O olhou intensamente.

O policial sentiu o peito apertar e a boca secar. O Uchiha deu um sorriso perverso de lado e se sentou em um pulo, aproximando-se.

- O que foi? – Ele tentou recuar, mas o encosto não o permitia.

- Achei que não tinha medo de mim. – Sasuke colocou as mãos nos apoios da poltrona e a perna entre as do policial.

- S-se afaste!

- Se não o quê?

O loiro deu um forte tapa em seu rosto.

- É melhor me respeitar, porra!

A pele pálida adquiriu um rubor com o formato de sua mão. Sua feição ficou furiosa, os olhos negros se estreitaram em fúria e sua mão foi para o pescoço do carcereiro, mas o controle lhe tomou momentaneamente e ele apenas se afastou.

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