9° Capítulo - Perigo, não se aproxime!

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Depois do lanche, Naruto limpou o rosto, escovou os dentes e jogou água no rosto, aquele era um dos dias que havia sido designado para o turno da noite, então precisava estar acordado e atento a tudo. Dirigiu-se ao Bloco C e foi conferir se havia algum preso em sua cela, até que chegou em uma específica.

O homem que estava ali dentro o olhou de canto, o Uzumaki se lembrou de que ele era um dos "Três Grandes" dali. Já havia esbarrado com dois deles, faltava conhecer o último, que honestamente, ele achava aterrorizante.

- O que você quer, policial? - O detento de cabelos vermelhos como sangue e olhos marcados de lápis preto perguntou.

- A-ah, eu... Ham ham - Pigarreou. - Me desculpe. Boa noite, está no horário de lazer, então você precisa ir para a sala de televisão, refeitório ou bibliotec-

- Eu não quero. - Gaara estava sentado em sua cama, olhando para a lua através da janela.

Sozinho, quieto, calado.

Naruto não sabia se ele realmente tinha esse direito, já que ninguém o avisou sobre aquilo, mas teve medo de que estivesse deixando passar e ele atacasse alguém na calada da noite, Iruka já havia falado sobre isso.

- Você é Gaara, não é? - Ele foi ignorado. - Eu sou Naru-

- Eu não ligo para quem você é. - Sequer o olhou.

- Hum. Mas eu ligo para quem você é. - O loiro se aproximou um passo.

- E isso devia significar algo para mim?

- Tem razão, não significa. Aqui nesse lugar de merda, nada vale a pena. Eu sei disso.

Gaara o olhou.

- Mas um dia eu vou mudar isso aqui, e as pessoas de merda que entram aqui, não vão se sentir inúteis e um estorvo para sempre. Eu vou trazer justiça para elas.

- Ha ha ha ha ha! - O ruivo gargalhou até se engasgar e se levantou em um pulo rápido, ficando a centímetros do rosto de Naruto, que arregalou os olhos. - Justiça? Aqui tudo que essas pessoas merecem é morrer. Eu já tentei morrer, mas por algum motivo aqui estou eu. Então se eu sobrevivi para viver nesse inferno, eu vou me certificar de mandar o máximo de pessoas para o "céu" que eu não fui - Gaara riu debochado.

Alguns prisioneiros vinham na direção deles, mas ao ver que o loiro estava sozinho nas garras do assassino, arregalaram os olhos e recuaram.

- Está vendo? Eles deram as costas para você. Eles só se preocupam com a vida deles.

- E daí? - Naruto o empurrou de leve para colocar distância entre eles. - Lá fora é do mesmo jeito e eu não acho que todos devem morrer por isso.

Gaara franziu o cenho.

- Você vai me matar, aqui, agora?

- Eu não sei. Não sei se ela precisa de sangue hoje.

- Ela? - Naruto foi ignorado, mas pôde ver algo em seu olhar... dor, tristeza, solidão... havia algo triste naquele homem supostamente morto por dentro.

Os olhos verde-marinho não eram tão inexpressivos assim, mas talvez fossem julgados como tal porque nem todos eram capazes de enxergar Gaara de verdade. O Uzumaki poderia?

- Me conte quem você é.

- Quem eu sou? - O detento riu, descompensado. - Você leu nas fichas, você já sabe. - Deu as costas e se calou.

- Se olhar na minha vai encontrar que sou um rapaz de bem que trabalha pelo país e por isso tenho honra, mérito e uma boa vida. Mas se olhar de perto vai enxergar que é apenas uma piada ruim. - Aproximou-se de Gaara, que foi atraído a olhar nos olhos azuis intensos. - A sociedade não me trata como parte dela, a minha prometida "honra" é apenas pena ou desdém. E a minha vida é uma merda... No papel você é um demônio que a sociedade preferiria que estivesse morto, mas na verdade, quem é você?

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