33° Capítulo - Mundo dos pesadelos

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Ponto de vista do Naruto:

- Onde estou? – Olhei ao meu redor e era uma casa desconhecida.

Eu estava de pé no meio da sala de estar. Havia um sofá de dois lugares empoeirado, o tecido do estofado era claro, na cor creme, e parecia manchado com suco de laranja. Naquela casa deviam haver crianças ou pessoas desastradas. Ri com o pensamento.

Na mesa de centro havia um porta retrato virado para baixo, pensei em olhá-lo, mas o som das badaladas do relógio de parede chamou a minha atenção. Era entardecer e começava a ficar escuro dentro da casa. Procurei pelo interruptor para acender as luzes, mas não pude deixar de notar que estava descalço em um piso confortavelmente quente.

- Isso é... tatame? A decoração dessa casa... Parece japonesa. Como eu vim parar aqui?

Continuei andando e tentando me situar, até que ouvi um choro baixinho. Não vinha de muito longe, então resolvi seguir, até encontrar aquele garotinho abraçado a si próprio, sentado no canto do quarto. Abri apenas um pouco da porta, sem fazer barulho para não o assustar.

Ele tinha cabelos pretos compridos que se esparravam por cima de seus braços, que abraçavam os joelhos. Onde estou?! Não estou entendendo nada do que está acontecendo.

- Ei, você está bem?

Quando ele finalmente me viu, pulou em um susto, e se arrastando para longe, fugiu de mim.

- Eu não vou te machucar, não precisa ter medo.

- Fique longe de mim!

Os olhos do menino estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, as bochechas e sua blusa estavam encharcadas. Ele parecia desesperado e mortificado de medo.

- Eu não vou te fazer mal, está tudo bem.

- Fique longe!

Abri totalmente a porta, devagar, e dei um passo para dentro com as mãos para cima, para que ele pudesse me ver com clareza, e se tranquilizar sobre eu não ser um perigo. Mas ele ficou ainda mais amedrontado e se arrastou para trás sem tirar os olhos arregalados de mim, até que algo atrás dele o parou.

Ele gritou e em um pulo se escondeu atrás do obstáculo em seu caminho. Eram... pessoas? Corpos! Um homem e uma mulher deitada por cima dele.

- O que é isso?! O que aconteceu aqui, menino?

- Me deixe em paz! – Ele se debruçou sobre os cadáveres e afundou o rosto no peito da mulher.

- Isso é muito sério. Quem fez isso? – Olhei ao redor, buscando por qualquer informação, e me aproximei para ter certeza do que meus olhos estavam vendo. Haviam mesmo duas pessoas mortas bem na minha frente?

- Não! Por favor, não me machuque também. – O garoto gritou, tentando se afastar e arrastar os adultos, mas obviamente era pesado demais para ele.

- Eu? Eu não vou te machucar! Só quero ajudar. Quem fez isso?

- Quem? – Ele se levantou, as pernas estavam tremendo, a bermuda branca que usava estava manchada de vermelho, e em seu rosto e braços também haviam respingos de sangue. – Como se atreve, seu covarde? Foi você. Você fez isso!

Franzi o cenho, sem entender.

- E-eu? Não!

- Assassino... Você matou ele. - O garotinho olhou para as minhas mãos.

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