[Concluída 24/05/2022) Jimin durante muito tempo teve que lidar com a ideia difícil de ser pai solteiro e um médico brilhante, mas para ter uma profissão assim e passar por tudo que ele já passou, uma armadura teve que ser criada, uma armadura até m...
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Jimin
Geralmente plantões são mais calmos, ainda mais na neurologia, contudo devido a um acidente de carro foi mais cansativo do que pensei que seria, durante sete horas em pé tentando conter um sangramento, durante toda a madrugada, minhas costas estavam doloridas eu estava cansado e até mesmo minhas mãos já estavam dormentes, mas assim que deixei meu paciente emergencial em estabilidade tomei um banho e fui para casa o mais rápido possível, já havia amanhecido e Jake logo estaria acordado, havia prometido que o levaria para tomar café fora e era isso eu que iria fazer.
Geralmente cirurgias neurológicas são assim você sabe exatamente a hora que ela começará, mas nunca usando terminará, porque à medida que você vai observando mais de perto e operando o problema se torna casa vez maior.
Quando cheguei em casa tomei um banho rápido e coloquei uma roupa mais confortável indo ver se Jake já estava pronto.
— Pensei que você não iria ir. — O menor estava terminando de colocar seu uniforme da escola. Eu não sabia descrever o que a fala dele me causou, parecia que lentamente eu tomava noção de quão ausente eu era.
— Prometi lembra? — paro de frente para ele. — Não vai poder comer doces se chegarmos tarde lá. — Sorrio para ele que mantém a cara emburrada de sempre e pega suas coisas indo na frente.
O caminho foi silencioso, ele não se prontificou a falar e eu também não iniciei um assunto. A cafeteira era muito bonita, exatamente do estilo que ele gosta, muitos quadrinhos estampados e a decoração chamava muita atenção para as crianças. Por ser muito cedo as mesas estavam vazias, o balcão um pouco mais cheio por causa do horário de cafés, mas nada que causasse um desespero.
— Peça o que quiser, só não exagere nos doces e nada de amendoins. — Falei enquanto olhava o cardápio com atenção, Jake sempre foi uma criança frágil, pelo menos fisicamente eu sabia disso, nasceu prematuro, teve uma pneumonia muito forte logo depois de Seojoon morrer além das diversas alergias a certo tipo de comida e medicamento, eu sabia de cor, tudo sobre a ficha médica de Jake.
— Quero um milk-shake de morango, panquecas, 'waffles' com muito mel e...
— Muito doce Park Mirim, vamos diminuir o doce e colocar alguns salgados para equilibrar. — Notei a revirada de olhos comum de Jake.
— Panquecas, e um sanduíche com muito queijo, e não esquece do...
— Milk-Shake de morango que você sempre pede. — Dessa vez eu revirei olhos. Uma garçonete se aproxima e eu faço os pedidos, pedi um 'croissant' de queijo, presunto e um duplo café preto sem açúcar, gostar? Não gosto, mas se eu não quiser dormir no volante eu preciso disso para aguentar mais um pouquinho. — Então, me diga o que fez ontem na escola? — puxei assunto.
— O de sempre. — respondeu pegando seu celular, impedido por mim.
— Jake, serei sincero com você. — Falo, fazendo ele prestar atenção em mim. — Eu não sou um pai presente, mas estou aqui agora, só eu e você, sem ligações de emergência, sem celular. Estou tentando e queria muito que você tentasse também. Quer ir morar com sua vó? Por mim tudo bem, mas antes quero que seja meu filho do mesmo jeito que serei seu pai, ok? — eu não podia fingir que melhorei da noite para o dia e esperar que ele notasse isso, precisava saber que ele tinha consciência de que eu estava tentando, e se mesmo assim ele quiser ir, eu saberei que fiz o que pude.
